sexta-feira, 29 de abril de 2016

3 381 - A 2 dias do fim de férias, Luanda de boas coisas...

Grupo de Cavaleiros do Norte no jardim das piscinas de Carmona:  Nelson 
Rocha, Pedrosa de Oliveira, Manuel Machado, José Lino e António Cruz. 
Todos furriéis , menos o alferes P. Oliveira (o segundo, da esquerda, de branco)


O furriel Viegas, no penúltimo dia de férias militares.
A 29 de Abril 
de 1975, na ilha de Luanda e com

o Toyota do conterrâneo (civil) Albano Resende. 
Há precisamente 41 anos. Hoje se fazem!

A 29 de Abril de 1975, há precisamente 41 anos, eu e o António Cruz já antecipávamos o fecho de malas para, de Luanda e de um mês de férias, regressarmos a Carmona, onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte e por onde, mais incidentes menos incidente, as coisas iam mais ou menos tranquilas.
Tínhamos almoço combinado com o (meu) conterrâneo Albano Resende (civil) e por ele esperámos na Mutamba, para galgarmos a marginal e, por escolha dele, irmos à ilha mariscar o almoço. Foi a caminho e ao final da manhã, já passando perto da Portugália, que nos cruzámos com uma comitiva da UNITA, onde ia Jonas Savimbi.
O Diário de Lisboa dessa tarde dava conta que tinha dado uma conferência de imprensa e «levava a ombro uma carabina ligeira automática e era flanqueado por dois guarda-costas». Os homens, vimos; não vimos a carabina. Na conferência de imprensa, confirmara que era «imperativo a realização da cimeira dos três partidos, antes que seja demasiado tarde»
Jonas Savimbi, presidente da UNITA (net)
O presidente da UNITA sublinhou também a «necessidade de escolher um gabinete que governe o país, após a independência de Novembro», mas observou que «não podíamos prever que qualquer dos movimentos obteria uma maioria absoluta». A «única solução», do seu ponto de vista, seria «o vencedor da consulta às urnas traçar linhas gerais do futuro político do pais, que estaria nas mãos de uma coligação de unidade nacional, formada pelos três partidos».
Jonas Savimbi, sobre uma eventual guerra civil, considerou-a «uma impossibilidade prática». Isto porque, sublinhou, «cada um dos movimentos que a desencadeasse, teria de lutar com os outros dois e, além disso, nenhum dos vizinhos desejaria a guerra».
«Os três movimentos de libertação devem procurar uma força (um exército) verdadeiramente nacional o mais depressa possível», disse Jonas Savimbi, notando que «o futuro exército não necessita de ser muito grande, visto não precisarmos de um exército desse género».
A mariscada do almoço na ilha saciou todos os nossos apetites. Bem regada - acho até que com vinho verde, se a memória me não atraiçoa -, bem farta e apetitosa. A imensa metrópole luandina oferecia tudo o que havia de melhor. E nós não desperdiçávamos oportunidades. Bons tempos!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário