terça-feira, 24 de maio de 2016

3 406 - Ir para Angola em 1974 e patrulhas no Uíge em 1975

Cavaleiros do Norte na entrada da messe de sargentos do Quitexe: os 
furriéis milicianos Bento (à esquerda) e Viegas, ambos da CCS, a ladear 
o Reino, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel

O clarim José António Cardoso Caetano, que
amanhã faz 64 anos, em VN de Gaia mas aqui em 

Santo Tirso, em 2013, com o «benjamim» da CCS: o 
mecânico Porfírio Malheiro


A 24 de Maio de 1974, uma sexta-feira e com o dia (27) da partida da CCS do Batalhão de Cavalaria 8423 cada vez mais próximo (seria adiado para 29), soube-se que Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire e da Organização de Unidade Africana (OUA), ia reunir em Lusaka com Kenneth Kaunda, presidente da Zâmbia, para analisar a situação e o futuro de Angola. A Angola para onde iríamos embarcar, em jornada militar. 
Notícia do Diário de Lisboa de há 42
anos, sobre o futuro da Angola para
onde os Cavaleiros do Norte iam partir
O Diário de Lisboa desse mesmo dia - de que nos socorremos - admitia que Holden Roberto, presidente da FNLA, que se anunciava «poder estar em Lusaka», poderia «participar nas conversações»
A Luanda e nesse mesmo dia, chegou António Almeida Santos, o ministro português da Coordenação Inter-Territorial, que foi entusiasticamente recebido por «uma grande multidão, incluindo dirigentes, militantes, civis, políticos e homens de negócios, tanto brancos como negros».
Chegava de Moçambique e afirmou, já em Luanda, que «é preciso que todos nos ajudemos uns aos outros a construir os caminhos do futuro, que são necessariamente os caminhos da paz». Almeida Santos acrescentou que «na verdade, tanto Angola como Moçambique, merecem a paz».
Um ano depois, pelas bandas do Uíge - onde os Cavaleiros do Norte cumpriam a sua jornada africana de Angola, sabe-se lá com que sacrifgícios... - continuavam os «permanentes patrulhamento dos centros urbanos e nos itinerários». Mas principalmente em Carmona, a cidade capital do distrito uíjano e considerada «a área mais fulcral»
Os patrulhamentos, recordemos, eram mistos e, por isso mesmo, acarretavam sensibilidades muito particulares - resultantes da diferenças de causas que defendiam os homens armados dos movimentos. E exigiam (os patrulhamentos) uma brutal sobrecarga sobre os Cavaleiros do Norte - devido ao facto de o efectivo ser muito pequeno.
Hoje, neste fazer memórias do do BCAV. 8423, recordamos a apresentação do então 1º. cabo miliciano (futuro furriel miliciano) Armindo Henriques Reino.
O Reino, furriel miliciano de Operações
Especiais (
Rangers), agora aposentado
 da GNR e a viver dias felizes no Sabugal
Era de Operações Especiais (Rangers),  pertencia ao Esquadrão de
Comando e Serviços (ECS) do RC4 e foi transferido para a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel.
O Reino apresentou-se a 1 de Março desse já distante ano de 1974, mas apenas a 13 a transferência saiu na Ordem de Serviço, a nº. 60. Actualmente (ver foto ao lado), é aposentado da GNR (carreira que seguiu depois da jornada africana de Angola) e reside no Sabugal, em Aldeia do Bispo, a sua terra natal.

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