quinta-feira, 2 de junho de 2016

3 415 - O 2 de Junho de 1975, segundo dia dos combates de Carmona...

Parada do BC12, nos trágicos primeiros dias de Junho de 1975, vendo-se 
alguns populares e viaturas civis. E um grupo de combate dos Cavaleiros do 
Norte, à esquerda, pronto a sair num Unimog 


O Hospital de Carmona, para onde eram transportados
os feridos dos combates de Carmona, nos trágicos
primeiros dias de Junho de 1975. Há 41 anos!
O segundo dia (2 de Junho de 1975) dos combates de Carmona envolveu toda a guarnição portuguesa, com os especialistas (os não atiradores) a ocuparem também posições de defesa de pontos nevrálgicos da cidade: comunicações, redes de água, abastecimento e electricidade, edifícios públicos, o Banco de Angola. 
Alferes António Garcia e furriel Viegas, do PELREC
da CCS. O pelotão foi dos primeiros a sair
do BC12 para a cidade de Carmona, na madrugada
de domingo, dia 1 de Junho de 1975
Aos operacionais (e não eram muitos...) couberam, naturalmente, os pontos mais sensíveis: aeroporto, hospital, Banco de Angola, aquartelamentos. E a dramática operação de recolha da população civil, indefesa e fragilizada, que pedia protecção e era recolhida nas ruas e levada para o BC12. E dos feridos, fossem civis ou elementos das forças em confronto, para o ocupadíssimo hospital da cidade.
O dia foi de combates sangrentos e nalguns casos quase corpo a corpo, entre os combatentes da FNLA (o Exército de Libertação Nacional de Angola, o ELNA) e as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (as FAPLA, do MPLA). Nunca ninguém saberá quantas mortes aconteceram nestes dramáticos dias de Carmona. Nunca poderão ser contados quantos sacrifícios e actos de coragem protagonizaram os Cavaleiros do Norte! Quantos deles arriscaram a vida para, sem recuar, salvarem vidas da cidade!
Ementa do 2º. Encontro do BCAV.
8423, a 1 de Junho de 1996, no
Barracão (Leiria)
A 1 de Junho de 1996, 21 anos depois, realizou-se em Leiria, no Restaurante S. Francisco (no Barracão), o segundo encontro do BCAV. 8423, que envolveu mais de 400 pessoas - entre antigos combatentes e familiares. O primeiro tinha sido a 9 de Setembro de 1995, em Águeda - na Estalagem da Pateira (em Fermentelos).
O encontro foi de memórias, de fartos abraços de saudade e mil afectos, testemunhados pelos surpreendidos familiares que, em muitos casos, (re)conheceram um marido ou um pai «diferentes» do dia-a-dia doméstico. Porque se reencontravam com companheiros de uma heróica e muitas vezes mal compreendida jornada africana do Uíge Angolano.  
Por curiosidade, e apenas por isso, recordemos a ementa: 
- Entradas: Morcela assada, chouriço assado, pastéis de bacalhau, rissóis de peixe e  croquetes.
- Bebidas: Vinho maduro, tinto e branco, vinho verde, espumante bruto, refrigerantes. cerveja, águas, aguardentes, brandys e whiskys.
- Almoço: Sopa de legumes, arroz de peixe e lombo de porco assado, com fruta da época, doces e café.
- O dia 1 de Junho 
de 1975. Ver AQUI

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1 comentário:

  1. Recordo o dia 1 de Junho de 1996. O convívio no restaurante Sº Francisco. Um mar de gente. Impressionante. Recordo ainda o Buraquinho,emocionado, a agradecer ao falecido General Almeida e Brito, o ter facilitado o transporte daquela que viria a ser a mãe dos seus filhos, no mesmo avião em que viajou a CCS.

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