quarta-feira, 29 de junho de 2016

3 442 - Rotações e não visitas, guerrilheiros sul-africanos em Angola

Cavaleiros do Norte de Zalala: NN, Campos, alferes Lains dos Santos, 
furriel Nascimento e Casimiro. Em baixo, Ruizinho e NN. Quem ajuda 
a identificar estes (NN) antigos combatentes?

Furriéis Manuel Pinto (à esquerda) e João
Aldeagas, ladeando o alferes Pedro Rosa, que
hoje festeja 64 anos em Palmela. Um trio de
Cavaleiros do Norte de Zalala!

Os graves incidentes ocorridos na primeira semana de Junho de 1975 - e as consequências que provocaram e influenciaram os tempos mais próximos de há 41 anos, tão dramáticos foram... - levaram a que «não se verificassem quaisquer às visitas às subunidades» do Batalhão de Cavalaria 8423, a unidade dos Cavaleiros do Norte, ao tempo já principalmente aquartelado no BC12, em Carmona.
Os furriéis milicianos José Nascimento (à
esquerda) e Jorge Barreto, ladeando o soldado
 Santos, impedido da messe de oficiais de Zalala
A 3ª. CCAV. 8423 continuava no Quitexe (ida de Santa Isabel, a 10 de Novembro de 1974) e a 1ª. CCAV. 8423 no Songo, onde chegara no dia 24 de Abril, ida de Vista Alegre e Ponte do Dange. E aqui chegada, de Zalala, a 20 de Novembro, «completando as rotação a 25» desse mesmo mês de 1974.
As mudanças de dispositivo e, segundo o Livro da Unidade, «a necessidade de adaptação aos novos problemas a viver» também contribuíram para tal facto, muito embora, e de novo cito as palavras do comandante Almeida e Brito, «não deixasse de haver um perfeito e permanente apoio aos seus anseios, através de contactos inversos». Isto é, «com as vindas a Carmona dos comandos subordinados». Que ao tempo e no que ao BAV. 8423 tinha a ver, a ver tinha com a 1ª. CCAV. do capitão miliciano Davide Castro Dias (Zalala, Vistas Alegre/Ponte do Dange e Songo) e a 3ª. CCAV. do capitão miliciano José Paulo Fernandes (Fazenda Santa Isabel e Quitexe).
As dúvidas, no plano político, continuavam a levedar e Agostinho Neto, presidente do MPLA. pediu a demissão do Alto Comissário Silva Cardoso, acusando-o de «comportamento que contraria a evolução política do país». E as autoridades portuguesas de «pactuarem, com a movimentação de ex-pides e oficiais reaccionários que operam em Angola, donde algums deveriam ser expulsos».
As estruturas da PIDE/DGS, segundo Agostinho Neto, «continuam intactas e os reaccionários regressam, depois de saídas temporárias para Espanha, África do Sul e Brasil». «Há oficiais do Exército português, conhecidos como reaccionários, que voltam a Angola para exercerem funções não militares. O que quer isto dizer?», interrogava-se Agostinho Neto.
Um ano antes, dia 29 de Junho de 1974, os Cavaleiros do Norte continuavam envolvidos na «Operação Castiço DGI» e da África do Sul chegavam notícias da «passagem para Angola de mais de 100 membros da tribo Ovampo, que representa mais de metade dos 750 000 habitantes do país».
«Serão castigados com todo o rigor da lei», disse, sobre isso, o ministro da defesa Ovempo, o chefe Jefta Mukundi.
Os chamados «transfugas» iriam «provavelmente receber formação de guerrilha nos países vizinhos» e Jefta Mukundi apelou para que o ajudassem a deter os responsáveis, prometendo recompensa considerável. E anunciou que quem ajudar outros «a deixar do país sem passaporte incorre na multa de 6000 dólares ou um ano de prisão».
Ia assim  processo de independência de Angola, há 42 anos!

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