domingo, 17 de julho de 2016

3 460 - Operação Turbilhão, Luísa Maria e Vista Alegre; mortes em Luanda

O capitão José Paulo Falcão, à direita,  festeja hoje 74 anos, em Coimbra. 
A foto mostra o furriel Armindo Reino, o comandante Almeida e Brito  
e o soldado Armando Mendes da Silva. De costas, está o capitão 
António 
Martins de Oliveira, comandante da CCS

O capitão José Paulo Falcão na varanda do
Comando do BC12, ladeado pelo alferes João
Machado e pelo capitão José Diogo Themudo

A 17 de Julho de 1974, terminou  «Operação Turbilhão» e o comandante Carlos Almeida e Brito esteve em Carmona, onde reuniu no Comando do Sector do Uíge (CSU). O dia foi também o da assumpção, por parte do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423), da «responsabilidade operacional do Destacamento de Luísa Maria e de Vista Alegre».
O furriel miliciano Américo Rodrigues casou-se
há 39 anos, com a sua «mais-que-tudo» Angelina,
em Vila Nova de Famalicão
Estas duas acções, segundo o Livro da Unidade, surgiram «dada a necessidade do Sector CN orientar a sua actividade noutro sentido, em virtude dos acontecimentos de Luanda». Acontecimentos que, nota o Livro da Unidade, «de certo modo poderiam influenciar aquela ZA».
Luanda aonde continuavam as críticas ao Governador Geral e Comandante-Chefe das Forças Armadas, general Silvino Silvério Marques. Os incidentes da véspera teriam provocado 16 mortos (em «desordens entre africanos, muitos deles militantes do MPLA e da FNLA») e 63 feridos, para além de 63 prisões - feitas pelo Exército. Foram «saqueadas 6 casas comerciais e várias viaturas militares flageladas». Foi proibida a circulação de viaturas ligeiras particulares durante a noite e os trabalhadores negros que tinham feito greve voltaram aos seus trabalhos. A Polícia Judiciária estava a analisar fotografias dos incidentes do Bairro Cazenga e 8 brancos foram presos.
O casal Rodrigues a 4 de Junho de 2016,
no encontro da 1ª. CCAV. 8423, a
de Zalala e em Pombal
As estações de rádio transmitiam um único programa, «irradiado a partir da Emissora Oficial de Angola, com música séria, noticiários e apelos a calma». Assembleias gerais marcadas para esse dia e a jornada do campeonato distrital de futebol de Luanda do dia seguinte (18 de Julho de 1974), foram adiadas. E desde a véspera que estavam encerradas as actividades da Universidade de Luanda.
«O ambiente de tensão na área suburbana deu origem a algumas manifestações de solidariedade entre as comunidades de raças diferente», referia o Diário de Lisboa de 17 de Julho de 1974, acrescentando que «muitas famílias negras que vivem nas zonas atingidas, apavoradas com a «insegurança, vieram dormir para a zona urbana, na residência de europeus».
Um ano depois, o MPLA continuava a controlar Luanda - cidade a que chegavam cada vez mais refugiados de todo o território. E tropas de Lisboa, para reforçar o contingente lá estacionado: uma Companhia de Comandos, outra de Fuzileiros e uma de Caçadores. «A grande incógnita é agora saber o que vai fazer a FNLA, depois de praticamente expulsa da capital», interrogava o Diário de Lisboa de há 41 anos.
O dia da véspera (16) foi também o do «início da ponte aérea entre Luanda e Lisboa, num DC 10 da Swissair, que transportou os primeiros 250 passageiros» para a capital portuguesa. «Este avião regressou já à capital angolana, de onde voltará a partir esta madrugada, em direcção a Lisboa», reportava o Diário de Lisboa.
O mesmo dia 17 de Julho assinala, hoje, os 74 anos do capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão (agora tenente-coronel aposentado e a residir em Coimbra) e os 39 do casamento (em 1977) do furriel miliciano Américo Joaquim da Silva Rodrigues, com a sua Angelina e em Vila Nova de Famalicão. 
Parabéns para estes 2 Cavaleiros do Norte!

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