quinta-feira, 21 de julho de 2016

3 464 - A morte da Irmã Maria Augusta, Dia da Cavalaria e ataque da FNLA às NT

A Irmã Maria Augusta (de lado) com a dra. Margarida Cruz (médica
e esposa do alferes Cruz) e o padre Albino Capela, com Ricardo,
o filho do casal num pic-nic nos arredores do Quitexe, em 1974
A Irmã Maria Augusto com o Ricardo ao colo, filho do alferes
Cruz, ao lado da Igreja do Quitexe. Em baixo, a festa de Natal de
1974, na aldeia do Canzenza: a Irmã Maria Augusta, NN e alferes Hermida,
Pedrosa, Simões, Cruz, Ribeiro e Garcia. À frente, o padre Albino Cruz



A Irmã Maria Augusta Vieira Martins, da Congregação da Obra da Imaculada Conceição e Santo António, missionou no Quitexe, no tempo dos Cavaleiros do Norte e com seu irmão, o padre Albino Capela - da Ordem dos Frades Menores Capuchinos. Faleceu a 21 de Junho de 2006, há 10 anos e um mês, vítima de doença cancerosa, em Lisboa. Aos 73 anos! Era a mais velha de 9 irmãos, da Família Martins Capela, da Carvalheira, em Terras do Bouro, no Gerez.
Iniciou a sua vocação de religiosa na Congregação da Obra de Santa Zita, da qual passou para a da Imaculada Conceição e Santo António. Nossa contemporânea no Quitexe, dela recordamos a bondade e imagem de doçura e carinho que, como que em colo de afectos, partilhava com a comunidade civil, nomeadamente as crianças e as famílias mais carenciadas - a partir da Missão dirigida por seu irmão, o padre António Albino Capela. E não esquecendo a sua partilha com os Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, nomeadamente na consoada de 1974 - que ajudou a confeccionar, com as mulheres dos oficiais. Continuou em Angola (e em Carmona) depois da independência, até 2006. Veio diversas vezes a Portugal e na última sentiu-se mal. Foi hospitalizada em Lisboa e faleceu passadas algumas semanas, de cancro. Hoje a recordamos com saudade! RIP!!!
Há 42 anos, dia 21 de Julho de 1974, um domingo, foi comemorado o Dia da Cavalaria - em todas as subunidades do BCAV. 8423. «Mal ficaria ao comandante do Batalhão que não lembrasse a efeméride aos seus militares. Deveria ser um dia festivo, deveria ser um dia em que todos os Cavaleiros, em confraternização, vivessem essas horas e meditassem no passado, para orientarem o futuro», referiu Almeida e Brito, acrescentando, como se lê no Livro da Unidade, que «no momento actual não seria fácil fazer essa reunião e, como tal, limita-se o Comando do Batalhão a assinalar a data» - sem esquecer Mouzinho de Albuquerque, o «patrono que tantos e tão bons exemplos deu à pátria».
Notícia do Diário de Lisboa sobre o ataque
          da FNLA a forças portuguesas, há 41 anos!
Luanda continuava com tensão nos musseques, todavia a acalmar e «em vias de extinção», como referia o Diário de Lisboa. Por exemplo e nesse dia, «não deu entrada no Hospital de S. Paulo qualquer ferido originado pro incidentes com armas de fogo».
Mais grave estava a situação, um ano depois, quando «tropas da FNLA abriram fogo sobre uma aeronave DO7 da Força Aérea Portuguesa que procedia ao reconhecimento da zona do Caxito», tendo morrido um 1º. cabo mecânico. Na Barra do Dande, uma corveta portuguesa ripostou a uma acção de fogo da mesma FNLA.
Os incidentes justificaram um violento comunicado do movimento de Holden Roberto, apelando a todas as suas organizações no sentido de «congregarem esforços no sentido de uma ofensiva geral contra os neocolonialistas portugueses, os agentes do social-imperialismo e seus aliados, estejam eles onde estiverem».
Era para esta Luanda que os Cavaleiros do Norte iriam rodar, a partir de 3 de Agosto seguinte. A FNLA, deste modo, e citamos o Diário de Lisboa, lançou «um sério aviso às forças portuguesas».

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