domingo, 7 de agosto de 2016

3 481 - Coluna de Carmona para Luanda: milhares de civis salvos!

Cavaleiros do Norte do parque-auto, que tiveram papel preponderante
na coluna de Carmona para Luanda. Assinalados estão o alferes
miliciano António Albano Cruz (a amarelo), o 1º. sargento Joaquim
Aires (a vermelho) e o furriel miliciano Norberto António Morais (a branco)
Os capitães milicianos José Manuel Cruz e
José Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV.
8423 e da 3ª. CCAV. 8423, que integraram a coluna de
Carmona Para Luanda. À direita, o alferes miliciano
João Francisco Machado (da 2ª. CCAV. 8423)


O Livro da Unidade, do Batalhão de Cavalaria 8423, relativamente a Agosto de 1975, sublinha que «foram marco inesquecível do trabalho do Batalhão na RMA nos seis primeiros dias do mês». Faz especial referência à coluna de Carmona para Luanda e frisa que «à partida de Carmona, com a ajuda do Negage, juntaram-se cerca de 700 viaturas com alguns milhares de desalojados que procuravam o refúgio protector das NT».
Notícia do Diário de Lisboa de
7 de Agosto de 1975 sobre a
chegada dos Cavaleiros
do Norte a Luanda
A narrativa desses dias já por aqui foi feita - neste e em anos anteriores, coincidentemente com as datas -, vamos poupá-la hoje, mas não esquecendo esta frase do livro, referindo-se à chegada da coluna ao Grafanil, a 6 de Agosto de 1975: «Terminou, assim, a odisseia, de milhares de civis que, à entrada de Luanda, choraram por se sentirem salvos».
Nós, Cavaleiros do Norte e 41 anos depois, temos consciência dessa odisseia e a certeza de que a nossa missão é motivo de honra e de orgulho.
A 7 de Agosto de 1975, a imprensa dava conta da chegada do Batalhão de Cavalaria 8423 a Luanda. O Diário de Lisboa, em despacho da capital de Angola, noticiava que «elementos que retiraram de Carmona e ontem chegaram a Luanda, integrados numa coluna militar portuguesa de que faziam parte os últimos militares portugueses que se encontravam estacionados no distrito do Uíge, deram conta de grandes recontros ao longo da estrada que de Luanda e Malange se dirige ao Negage e Carmona, principais centros militares da FNLA».
A notícia especificava que se tratavam de «combates pelo domínio de Lucala, ponto estratégico ao longo daquele eixo rodoviário». As mesmas fontes do DL referiram «dezenas de mortos ao longo da estradas» e afirmaram que «a FNLA havia sido já expulsa de Lucala e debandava em direcção a Samba Caju». E acrescentava «existirem fortes suspeitas de a FNLA ter introduzido aviões e helicópteros no Negage, antiga base aérea portuguesa».
Luanda, a que os Cavaleiros do Norte de adaptavam, tinha novo horário de recolher obrigatório agora entre a meia noite e as 6 horas da manhã.  

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