segunda-feira, 8 de agosto de 2016

3 482 - Cavaleiros do Norte como unidade de reserva da RMA

Os furriéis Neto (à direita e de pêra) e Viegas com dois conterrâneos, 
há 41 anos, em Viana, cidade dos arredores de Luanda: Gilberto 
Marques (de pé e de barba) e Carlos Sucena (à esquerda)


O furriel Luís Filipe Costa, com outro militar
do Pelotão de Morteiros 4281, companheiros
do Quitexe, mas já no Grafanil, em 1975
Os Cavaleiros do Norte, instalados no espaço que fora o Batalhão de Intendência de Angola, adaptavam-se aos novos tempos e às inseguranças da grande metrópole que era Luanda. Após «um curto período de repouso, o arranjo de viaturas, o ocupar das novas instalações (...), logo o BCAV. foi chamada a actuar, dado que ficará em Luanda a cumprir missões de unidade de reserva da RMA», relata o Livro da Unidade
O emblema do Batalhão de Intendência de Angola
e um militar de unidade anterior ao BCAV. 8423
O Uíge voltava às páginas dos jornais, pela voz de Iko Carreira, membro da Junta Política do MPLA: «As duas províncias do norte de Angola, o Zaire e o o Uíge, foram invadidas pelas forças da FNLA». 
O dirigente do movimento de Agostinho Neto falava numa conferência de imprensa em Brazaville, capital da República Popular do Congo, e denunciou «a atitude de malvadez de certos países africanos em relação ao problema angolano». Por outro lado, desmentiu que a FNLA tivesse avançado sobre Luanda. As suas tropas estavam no Caxito, preparando a «invasão»: «A tomada eventual da capital por soldados da FNLA, como anunciada por determinada imprensa, não se registará, pois nós vamos opor ao invasor a resistência popular generalizada».
Notícia do Diário de Lisboa de 08/08/1975 
Iko Carreira referiu também que as tropas da FNLA «trariam na vanguarda tanques de origem estrangeira que nunca foram vistos antes».  Tanques que, acrescentou, «não serviram na guerra colonial, mas que esperaram pela independência». E afirmou que «quase 300 militares da FNLA foram neutralizados e evacuados de Luanda por forças do MPLA». Na sua opinião, divulgada na conferência de imprensa de Brazaville, «tinham sido introduzidos na capital angolana com o objectivo de ocuparem pela força o poder, iniciando essa operação com o domínio de pontos estratégicos».
Era nesta Luanda que, a partir do campo Militar do Grafanil, os Cavaleiros do Norte iriam viver os seus últimos dias da sua jornada africana de Angola.

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