segunda-feira, 5 de setembro de 2016

3 510 - Chegada do Alto-Comissário e louvor aos Cavaleiros do Norte

Cavaleiros dos Norte no Quitexe: Rocha (de frente, de bigode e a sorrir), 
Fonseca (idem), Viegas, Belo (de óculos) e Ribeiro (a olhar para a sua 
esquerda) e José Pires. De costas, Monteiro, Cândido Pires, Machado e Dias


Furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala: Américo
Rodrigues, Eusébio Martins (falecido a 16/04/2014, de
doença e em Belmonte), Jorge Barata (falecido a 11/10/1997,
de doença e em Alcains) e Plácido Queirós 


A imprensa de 5 de Setembro de 1975 deu conta da chegada, a Luanda, do novo Alto-Comissário, o almirante Leonel Cardoso. Em entrevista ao jornal «O Comércio», o oficial português disse que «queria fazer tudo o que fosse possível para restabelecer a paz no território», objectivo para o qual, sustentou, «as Forças Armadas Portuguesas, caso se tornasse necessário, estariam na disposição de intervir».
O louvor da Região Militar de Angola
ao BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte.
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O novo Alto-Comissário saiu de Lisboa nessa madrugada de 5 de Setembro de 1975, com duas definidas prioridades: 1ª.-estabelecer um clima de paz que permita a reabilitação económica de Angola, com uma transferência digna de poderes e o regresso aos seus lugares de trabalho dos que presentemente se encontram desalojados; 2ª. - evacuar todos os que mesmo assim não desejam ficar em Angola mas pretendem regressar às suas terras de origem.
Os Cavaleiros do Norte, a três dias do regresso a Portugal da CCS (no dia 8 e de avião, seguindo-se as três companhias operacionais, nos seguintes dias), já pouco atenção terão dado às palavras do novo Alto-Comissário - embora o BCAV. 8423 oficialmente continuasse como unidade de reserva. E tinha louvor oficial da Região Militar de Angola.
«Da acção de todas as suas praças, sargentos e oficiais se fica  a dever, tanto na área do Quitexe como na de Carmona, o estabelecimento de um clima de segurança efectiva, pelo que é com  maior justiça que, em simples louvor, se leva ao conhecimento de todos a forma como o BCAV. cumpriu a sua missão, dentro do maior espírito de disciplina, evidenciando qualidades hoje já muito raras, constituindo assim uma Unidade que, mercê da acção do Comando e seus graduados, nunca conheceu a chamada crise de disciplina, cumprindo exemplarmente todas tarefas de que foi incumbido, grande parte delas em período muito sensível do processo de descolonização de Angola», lê-se no último parágrafo do louvor.
Notícia do Diário de Lisboa de 5 de Setembro
de 1975 sobre a chegada do novo Alto-Comissário a
Luanda - o almirante Leonel Cardoso
A situação militar no território angolano, ao tempo, continuava instável e com escaramuças por todo o lado. Do (nosso) norte uíjano, pouco ou nada se sabia - entregue que estava ao controle da FNLA. As forças deste movimento, continuavam no Caxito, a partir de onde esperavam conquistar Luanda. 
O MPLA, no Alto Chipaca, leste de Angola, repeliu as forças da UNITA e o acordo entre os dois movimentos parecia cada vez mais distante. A sul, a tentativa das forças de Jonas Savimbi ocuparem Cubal e Ganda também foi abortada pelas FAPLA - o braço armado do MPLA.
Ia assim Angola, com data de independência marcada para 11 de Novembro desse ano de 1975!





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