segunda-feira, 26 de setembro de 2016

3 531 - FNLA aparecia nas povoações, mas não se apresentava

Parada do BC12 nos trágicos primeiro dias de Junho de 1975. Populares
fugidos à guerra entre os movimentos, aqui em transportes civis,  

eram recolhidos e apoiados pelos Cavaleiros do Norte
Os alferes milicianos Jaime Ribeiro, António Garcia e
 José Alberto Almeida, em imagem tirada do lado da Igreja
do Quitexe. À esquerda, vêem-se as casernas dos atira-
dores e sapadores e o edifício (branco) da secretaria e
do Comando do BCAV. 8423. Ao fundo da rua, lá em
cima, o edifício da administração civil 


Aos 26 dias do mês de Setembro de 1974, o comandante Carlos Almeida e Brito, do BCAV. 8423, deslocou-se à Fazenda Guerra, que ficava muito perto do Quitexe. Saía-se da vila pela estrada/picada para Camabatela, o cemitério ficava ao lado direito e as sanzalas Cazenza e Aldeia do lado esquerdo e, a não muitos quilómetros adiante, logo se avistava a Guerra - fazenda de café já era de dimensão bem significativa. 
Comício da FNLA em Aldeia Viçosa. Por esta altura
de 1974, o movimento de Holden Roberto aproxi-
mava-se dos povos da área do BCAV. 8423 
A deslocação, segundo o Livro da Unidade, era de carácter particular, para «convívio de amizade», e nessa 5ª.-feira de há 42 anos, Almeida e Brito fez-se acompanhar de «oficiais do Comando» - certamente o capitão José Paulo Falcão e muito provavelmente os alferes milicianos António Garcia e Jaime Ribeiro, comandantes, respectivamente, dos pelotões de atiradores (o PELREC) e de sapadores. E José Alberto Almeida, o oficial dos reabastecimentos.
Ao tempo e como vinha acontecendo desde mais ou menos o princípio do mês, «era quase constante  a presença de grupos da FNLA nos povos, sob pleno controlo da autoridade civil e militar», nomeadamente na área de Vista Alegre, mas também Aldeia Viçosa e Quitexe, Sem porém, segundo  o Livro da Unidade, «que se dê mostras de vir a realizar, a curto prazo, a sua apresentação».
Era assim na área dos Cavaleiros do Norte mas não tanto em outras, onde, sublinha o Livro da Unidade, «tem havido um incremento de actividades que facilmente, e em alguns casos, se provou ter irradiado do IN». Por alguma razão, a 23 de Setembro, dois grupos de combate da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, foram, e citamos, «reforçar a área do BC12», nomeadamente na Fazenda Além Lucunga, «onde futuramente iria actuar, enquanto a sua falta não tiver expressão na área do Subsector». De lá sairiam apenas a 8 de Novembro, dividindo-se nesse período também pelo Quipedro.
O casal Margarida/António Albano Cruz
apadrinhou o casamento do condutor Miguel
Ferreira há precisamente 40 anos: a
26 de Setembro de 1976!
Um ano depois, e segundo a imprensa do tempo, a situação em Angola começava a «ameaçar colocar Portugal numa situação de isolamento face a algumas das nações mais progressistas do chamado terceiro  mundo» - incluindo Moçambique e Guiné-Bissau, duas ex-colónias. estava em causa «a imagem internacional do país», na sequência do processo de descolonização de Angola. O Governo Português estava, segundo o Diário de Lisboa, numa «situação muito delicada». 
O dia 26 de Setembro, em 1974, foi data para os 22 anos de dois Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel: os atiradores de Cavalaria Graciano Letra Castelo (que mora em Fanhões, Odivelas) e José Canhoto Pereira (em Colmeal da Torre, Belmonte). Dois anos depois, em 1976, foi a vez do condutor Miguel da Cruz Ferreira estar em festa mas de casamento, na Lomba de Gondomar. O padrinho foi o alferes miliciano António Albano Cruz e o Miguel foi o organizador do Encontro de 2014.




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