quarta-feira, 5 de outubro de 2016

3 540 - O 5 de Outubro de 1974 nas terras uíjanas de Angola!!!

Grupo de furriéis milicianos Cavaleiros do Norte no varandim da Casa dos
Furriéis do Quitexe: Cândido Pires (sapador, à civil), António Cruz (rádio-
-montador), José Pires (transmissões, que hoje faz 64 anos), Armindo Reino
 (Rangers), Grenha Lopes (atirador), Norberto Morais  (mecânico-auto) e 

Agostinho Belo (vagomestre). Em baixo, António Lopes (enfermeiro)


Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel:
António Pires Flora (atirador de Cavalaria, que hoje 

faz 64 anos), Agostinho Belo (vagomestre) e os 
atiradores António Fernandes e Alcides Ricardo
O dia 5 de Outubro de 1974, lá pelo Uíge angolano, passou-se na tranquilidade dos deuses, sendo embora sendo feriado nacional! Ou talvez por isso! Faziam-se 64 anos sobre a implantação da República mas, das comemorações, apenas chegaram ao Quitexe, via onda curta da Emissora Nacional (a actual RDP), notícias do «particular significado» que assumiram as de Lisboa, onde o Presidente Costa Gomes agradeceu «as vibrantes aclamações que o povo lhe tributou».
Cavaleiros de Santa Isabel em momento de repouso: os
 furriéis milicianos João Cardoso (transmissões e à civil) e
José Fernando Carvalho atirador de Cavalaria) 
Momento marcante do dia da República de 1974 foi, e citamos o Diário de Lisboa, o da «substituição do nome do ditador Salazar por «25 de Abril» na ponte sobre o Tejo». Nome que continua, até aos dias de hoje. Assim se fez uma ponte num dia, ou meramente numas horas, ou rapidamente nuns minutos.
O 1º. Ministro Vasco Gonçalves, por sua vez, esteve no Porto, onde  alertou para «a necessidade de estarmos atentos aos caluniadores do MFA e do Povo Português», garantindo que «será este a escolher livremente o seu futuro político».
A grande preocupação desse tempo, pelo Uíge, nem era... militar. Era civil e tinha a ver com «o crescente êxodo dos trabalhadores rurais», na generalidade oriundo do planalto central de Angola, da área do Huambo. «Teve elevado incremento no período, provocando o fecho de algumas empresas, nomeadamente as cordas de Zalala e do Canzundo, bem assim na zona de Vista Alegre e em muitas outras, provocando a paragem da laboração», nota o Livro da Unidade.
Algumas fazendas da área da Zalala (foto) e Canzundo
tiveram de fechar em Outubro de 1974, por causa do
êxodo dos trabalhadores do café
Um ano depois, o 5 de Outubro de 1975 foi domingo e, em Campala, o último dia da Cimeira da OUA sobre a questão de Angola. Os Cavaleiros do Norte já estavam em Portugal (cumprida a sua missão de 15 meses por terras uíjanas) mas o nosso subconsciente «atraía-nos» à actualidade angolana. Sabendo-se muito pouco, nesse dia. Apenas que «as delegações angolanas levantaram sérias dúvidas quanto aos resultados efectivos deste encontro da Comissão de Conciliação para Angola, realizado sob o auspícios da OUA».
As delegações, tal como a portuguesa (que lá esteve na qualidade de observadora) deixaram Campala e o Uganda nesse dia 5 de Outubro de 1975. 
O dia 5 de Outubro (mas de 1974) foi de festa de natal de dois Cavaleiros do Norte em território angolano: os furriéis milicianos José dos Santos Pires e António Pires Flora. Este, atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423,  a de Santa Isabel; aquele, de transmissões, da CCS, no Quitexe. Ambos agora aposentados: o Flora, depois de carreira profissional na Caixa Geral de Depósitos e a morar em Famões (Odivelas), chegou hoje a Fátima, desde casa e em peregrinação de 5 dias; homem de fé!; o Pires, nas Brigadas de Trânsito da GNR e agora residente em Bragança. 
Ambos fizeram 22 anos! Os 23, foram já em casa, em 1975. 
Hoje comemoram 64!!! Pa-ra-béns!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário