segunda-feira, 7 de novembro de 2016

3 573 - Angola a 3 dias da independência; Cavaleiros nas «estradas»...

Cavaleiros do Norte numa caserna do Quitexe. Atrás, António (?, de garrafa na mão), Messejana,
 Marcos (cigarro na boca), 1ºs. cabos Cordeiro e Soares, NN (Albino Ferreira?), 1º. cabo Vicente
 (de tronco nu e garrafa na mão, falecido a 21/01/1997, em Vila Moreira, Alcanede), Florêncio,
Francisco (camisa branca e cigarro) e 1º. cabo Almeida (de cigarro na boca). À frente, Almeida (cozi-
nheiro), 1º. cabo Ezequiel (garrafa na mão), NN, Madaleno, furriel Neto e Aurélio (Barbeiro), 
Todos a «matar» a sede...

O furriel Agostinho Belo e o  alferes Carlos
 Silva, dois milicianos dos Cavaleiros do
 Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda
 Santa Isabel, mas aqui num jardim de Car-
mona e num momento de descontracção
A actividade do BCAV. 8423, por este tempo de 1974, em Novembro, «foi mantida no desenvolvimento do antecedente», acrescida pelas escoltas às brigadas da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), que faziam «trabalhos na estrada Aldeia Viçosa-Ponte do Dange, os quais completou, e continuou o arranjo da estrada Quitexe-Camabatela». 
Estrada, é como quem diz: a picada. Por ela passsámos dezenas de vezes, a caminho do Destacamento de Luísa Maria ou para fazendas como Pumbassai, Maria Amélia, Maria Luísa (em patrulhamentos), ou para escoltar o dr. Manuel Leal, capitão médico miliciano, nas suas visitas às sanzalas do Caunda, do Tabi, do Catulo e outras. 
Quitexe (ou Dange) ficava a uns 40 kms. de
Camabela, por estrada de terra (ou picada)
O reconhecimento da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) era uma das questões do tempo, desde logo inaceite pelo MPLA, que a acusava de responsável por incidentes que nos últimos dias tinham ocorrido em Luanda. 
«O problema de Cabinda serve os interesse do imperialismo e aqueles que o apoiam, como Mobutu», disse Aristides Van-Dunnen, do Comité Central do MPLA- acusando o presidente do Zaire de «permitir a instalação da FLEC» neste país vizinho de Angola.
A 7 de Novembro de 1975, uma sexta-feira e a apenas 3 dias do dia da declaração de independência, Angola vivia «dias cruciais», segundo o Diário de Lisboa. «Todos os observadores consideram que os próximos dias serão desesperadamente explorados pelas forças racistas e reaccionárias, no sentido de tentarem imprimir uma viragem de última hora na situação, impedindo o o MPLA de declarar a independência», sublinhava o repórter Eugénio Alves, em serviço com o Diário de Luanda.
Notícias de Angola, a 7 de Novembro
de 1975, 6ª.-feira,  no Diário de Lisboa
A capital (Luanda) era, naturalmente, o principal alvo das forças anti-MPLA, mas, e de novo citamos o DL, «as FAPLA resistem com êxito, contendo o inimigo nas suas posições e infligindo-lhe mesmo pesadas derrotas nalguns pontos da duas frentes». Por exemplo, em Benguela e «agora no Caxito», esta «considerada uma das maiores já infligidas ao inimigo, desde o início desta segunda guerra de libertação».
O combate, segundo o DL, «decorreu na zona do Quifandongo, opondo as forças populares aos mercenários zairenses e portugueses e forças da FNLA», que «sofreram pesadas baixas em homens e material, tendo tido de recuar, o que levou as FAPLA a reocuparem as vias de Piri e de Quibaxe, que haviam caído há 20 dias». No norte uíjano, chão por ode jornadearam os Cavaleiros do Norte (já há quase dois meses em Portugal) é que não se sabia nada.
A vida em Luanda, ainda segundo o Diário de Lisboa, «decorre(ia) normalmente, apenas alterada pelos intensos preparativos para o da da independência» e também pelo movimento nos hotéis, resultante da «chegada das delegações estrangeiras que iriam assistir à declaração de independência».

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