domingo, 6 de novembro de 2016

3 572 - Sector reunido no Quitexe; a independência de Angola a 5 dias!!!

O PELREC há 42 anos! Atrás, 1º. cabo Almeida (falecido a 28/02/209), Messejana (f. a 27/09/2009).,
Neves 1º. cabo Soares, Florêncio, 1º. cabo Ezequiel, Marcos, 1º. cabo Pinto. Caixarias e 1º. cabo Florindo (en-
fermeiro). Em baixo, 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997), furriel Viegas, Francisco, Leal (f. a 18/06/2007),
1º. cabo Oliveira (TRMS), 1º. cabo Hipólito, Aurélio (Barbeiro), Madaleno e furriel Neto 

O comandante Almeida e Brito (que há 42 anos veio
 de férias  a Portugal)
 e o capitão José Paulo Falcão
no Encontro de Águeda, a 9 de Setembro de 1995 

O capitão José Paulo Falcão, comandante interino do BCAV. 8423, participou, a 6 de Novembro de 1974, em mais uma reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU). Dela, aliás, foi anfitrião, pois realizou-se no Quitexe.
A mobilidade operacional dos Cavaleiros do Norte estava principalmente virada para a segurança dos itinerários, ainda que «à custa de verdadeiros sacrifícios».
O sapador António Calçada, os condutores José
 Gomes e Delfim Serra, o capitão médico miliciano
 Manuel Leal e o clarim Manuel Vieira (1º. cabo)
no encontro de Penafiel (1997) 
 A guarnição operacional encarava essa exigência com autêntico espírito de missão e, de minha parte, esse sacrifício até era de alguma maneira a dobrar. Por um lado, o comandante do PELREC, o alferes António Garcia, estava interinamente a exercer funções de oficial de operações (que, por sua vez, era comandante interino do Batalhão, o capitão Falcão); por outro, o furriel Francisco Neto veio de férias a Portugal (saindo do Quitexe a 1 de Novembro); por outro, ainda, o José Monteiro, também outro furriel do PELREC, estava destacado na secretaria da CCS. Na prática, quando o pelotão saía - e  saía praticamente todos os dias... - lá tínhamos nós de «alinhar». Nada, porém, que atrapalhasse ou nos desviasse do dever. Era ir, ou... ir! E íamos, sem medos e dispostos para o que desse e viesse!
A quarta-feira desse 6 de Novembro de 1974 foi dia para se saber, pela imprensa, que o MPLA não aceitava o plano de descolonização de Portugal. Porquê? Aristides Van-Dunem, do Comité Central, dava conta de «manobras imperialistas em Angola». 
«A primeira golpada que o imperialismo quer dar em Angola é a separação de Cabinda», disse este dirigente do MPLA, de passagem por Lisboa. 
Quanto ao Plano, proposto pela Comissão Nacional de Descolonização e assumido pelo Presidente Costa Gomes, Aristides Van-Dunem dizia que o MPLA não o aceitava: «Não. Esse plano não é aceite por nós. Só tivemos conhecimento dele através dos jornais e não a título oficial, pelo que nem  sequer temos qualquer contra-proposta».  
Quitexe: a secretaria da CCS, ao fundo
A 5 dias da independência, um ano depois, a grande interrogação tinha a ver com a posição de Portugal: reconheceria, ou não, a declaração unilateral do MPLA? Este movimento recusava-se «a qualquer conciliação com os movimentos fantoches seus rivais» - a FNLA e a UNITA - e os combates continuavam nas várias frentes do território angolano. A situação era  «extremamente grave» a sul; havia «grandes confrontações militares» em Cabinda, onde o MPLA denunciava «uma invasão de mercenários (...), preparada a partir do Zaire» de Mobutu Sese Seko. E nada de sabia do Uíge e dos chãos por onde andaram os Cavaleiros do Norte.
Era no Caxito que estavam as grandes e maiores atenções. A FNLA ali concentrava grandes forças e a sua expectativa era, obviamente, tomar a cidade Luanda, antes de 11 de Novembro desse 1975 de há 41 anos.

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