quarta-feira, 9 de novembro de 2016

3 575 - Adeus ao Liberato em 74; a independência de Angola em véspera

O capitão Victor, comandante da CCAÇ. 209/RI 21, a da Fazenda
 do Liberato. Está rodeado da esposa (holandesa), do furriel José
Marques Oliveira e de um outro combatente. Quem é?

Gente do Liberato: os furriéis Flora (mecânico) e Gaspar,
 o Paulino do armamento (de boina), o escriturário, o con-
dutor Esperança e um atirador (quem?). Em baixo,
 o condutor Nogueira (com o cão) e e??? Quem é?
Fim da conversa de ch
A Companhia de Caçadores 209 (CCAÇ 209), do Regimento de Infantaria 21, do Nova Lisboa, abandonou o Destacamento da Fazenda do Liberato a 9 de Novembro de 1974. Há precisamente 42 anos!!! Era uma das várias subunidades do BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte, com comando no Quitexe - e no qual jornadeou, em rendição individual, o José Marques de Oliveira, furriel miliciano vagomestre, que tinha sido meu companheiro de escola em Águeda) e ainda hoje meu amigo. Dos bons! De sempre!
Memorial dos mortos da Fazenda do Liberato
A CCAÇ. 209 era essencialmente formada por combatentes da incorporação local (angolana), embora com a maioria dos quadros europeus. Estava na Fazenda do Liberato desde 20 de Outubro de 1972. O comandante era o capitão miliciano Victor. Rodou para Nova Lisboa, onde a grande maioria passou à disponibilidade. 
Um ano depois e a poucas horas da declaração de independência (00,0 horas de 10 para 11 de Novembro), a imprensa portuguesa deu finalmente notícias do Uíge, embora escassas. «A situação militar caracteriza-se pelo avanço das FAPLA pela chamada Estrada do Café», reportava o Diário de Lisboa, acrescentando que também pelo «aumento da pressão da frente do Caxito, por parte de mercenários portugueses e zairenses e da FNLA».
Notícias de Angola, no Diário de
Lisboa de 10 de Novembro de 1975
A Estrada do Café era, recordemos, a que liga Luanda a Carmona e que, na área que tinha sido ZA dos Cavaleiros do Norte,  incluía Ponte do Dange, Vista Alegre, Aldeia Viçosa e Quitexe.
A sul, a FNLA/UNITA entrava no Lobito com «apoio dos mercenários» comandados por um oficial sul-africano e pelo português capitão Alves Cardoso. O objectivo era, segundo o Diário de Lisboa, «estabelecer contacto com a Frente Norte, comandado pelo tenente-coronel Santos e Castro», estratégia que vinha a falhar «face à resistência oferecida pelas FAPLA».
Este avanço, a sul, era acompanhado, ainda segundo o DL, por «sucessivas proclamações da Rádio Lubango, que lança vivas à «Angola Português» e morras à UNITA, FNLA e MPLA», o que, reportava o mesmo jornal vespertino, «marca a verdadeira marca racista desta invasão lançada a partir da África do Sul».

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