quinta-feira, 10 de novembro de 2016

3 576 - O dia do adeus de Portugal ao país Angola que nascia...

O discurso do Alto-Comissário Leonel Cardoso, de proclamação da
 indpendência de Angola, a 10 de Novembro de 1975. ««Portugal entrega
 Angola aos angolanos, depois de uma presença de quase 5 séculos» 
e
  (...) «parte sem qualquer sentimento de culpa ou de vergonha»
O oficial da Marinha com a última Bandeira
Portuguesa que há 41 anos foi arreada em
Angola, no adeus português a África


Luanda, 12,10 horas de 10 de Novembro de 1975, há precosamente 41 anos: «Em nome do Presidente da República Portuguesa, proclamo solenemente a independência de Angola, com efeitos a partir de 11 de Novembro de 1975, às zero horas. É ao povo angolano que compete decidir de que modo exercerá sua soberania», disse o almirante Leonel Cardoso, o último Alto Comissário de Portugal em Angola.
António Santa Cabrita (à direita), que hoje faz 64 anos,
 em Cascais. Aqui,  na aldeia do Talambanza, na saída
 do Quitexe para Carmona, à direita, com o furriel
 Viegas (à esquerda) e crianças de lá
O oficial português acrescentou, no salão nobre do Alto-Comissariado, que «Portugal entrega Angola aos angolanos, depois de uma presença de quase 5 séculos» e também que «parte sem qualquer sentimento de culpa ou de vergonha». Parte, disse Leonel Cardoso, e «deixa um país de que se orgulha e de que os angolanos poderão orgulhar-se».
«Portugal parte esperando estar a dizer adeus a um irmão. Angola fica, com a certeza de estar a ver partir um irmão», enfatizou o Alto-Comissário, após o que, e citamos o Diário de Lisboa, «as Forças Armadas Portuguesas abandonaram a fortaleza de S. Miguel, onde estava aquartelado o seu quartel-general, arrearam a bandeira portuguesa e seguiram para o cais, levando-a consigo».
O jornal refere que «os soldados desmantelaram e imobilizaram equipamento militar, como artilharia, blindados e transporte de tropas», com o argumento de que «não fosse utilizado na guerra entre os movimentos». E que «o MPLA tinha sido informado» desse desmantelamento.
«A coluna, antecedida de carros blindados, passou pelas esquina das ruas, recolhendo os soldados portuguesas que asseguravam, ainda, os postos de metralhadoras, antes de se dirigirem para o depósito naval, no cais»,
«Sete navios levaram depois as tropas portuguesas e o Alto-Comissário, para fora das águas territoriais angolanas, antes da meia noite», reportava o Diário de Lisboa. 
O condutor António Rosário Picote (à esquerda), que
 hoje faz 64 anos. Aqui, em 2012 e com o furriel Viegas,
 em A-dos-Negros (Óbidos), a sua terra natal e

em frente à sua residência da Rua do Picote
Um ano antes, os Cavaleiros do Norte estavam por terras uíjanas e continuavam a escoltar os trabalhos de reparação das estradas entre Aldeia Viçosa e Quitexe e esta vila e Camabatela. Continuava, aliás, «a viver-se o clima de cessar-fogo estabelecido no mês anterior» e o de Novembro desse agora já distante 1974 «caracterizou-se por uma acalmia não encontrada há longos anos».
Angola na primeira págna do Diário de
 Lisboa de 10 de Novembro de 1975 
O dia 10 de Novembro de 1974 - há 42 anos!... - foi tempo de festa natalícia de dois Cavaleiros do Norte da CCS, a Companhia aquartelada no Quitexe: os soldados Cabrita e Picote. Faziam ambos 22 jovens e viçosos anos!
António Santana Cabrita - o «sô» Cabrita!..., como por lá era popularmente conhecido... - é natural do Alvor, em Portimão, e era pescador de profissão, de mar - amtes e depois de Angola. Assentou arrais na vila de Cascais, onde mora vai para 30 anos, e chegou a ter um arrastão de costa. Faz, agora, contas para a reforma e ainda vai ao mar, quase todas as noites. 
António do Rosário Picote é de A-dos-Negros, em Óbidos. Era condutor da CCS e fez vida como trabalhador da construção civil e funcionário camarário, neste caso durante os últimos 28 anos da sua carreira profissional. Está aposentado há 7 anos!
Parabéns para ambos!
- Fotos do adeus de Portugal
a Angola, AQUI

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