quinta-feira, 17 de novembro de 2016

3 583 - Dia da mobilização para Angola foi há 43 anos!

Furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro na avenida (rua de baixo)
 do Quitexe. A mobilização para Angola foi publicada pela Repartição de
 Serviço de Pessoal a 17 de Novembro de 1973. Há precisamente 43 anos!

António Carlos Letras, «Ranger», à esquerda, com
 António Chitas, ambos furriéis milicianos da
 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Aqui, nas

Quedas do Duque de Bragança


A mobilização para Angola dos (então futuros) furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro - os três de Operações Especiais, os Rangers!... - foi publicada pela Nota nº. 47 000 - Processo 33 007 da Repartição do Serviço de Pessoal da Direcção do Serviço de Pessoal do Ministério do Exército, a 17 de Novembro de 1973. Há 43 anos!!! Parece que foi anteontem, mas o tempo voou!
O furriel miliciano «Ranger» Manuel Pinto, à
 esquerda, o alferes Pedro Rosas e o furriel João
 Aldeagas, da 1ª. CCAV. 8323,a  de Zalala
A Nota citava a Alínea c) do Artigo 20º. do Decreto-Lei nº. 49 107, de 7 de Julho de 1969, e indicava como «nomeados para servir no Ultramar» um conjunto de 1ºs. cabos milicianos de Operações Especiais (Rangers) que, depois de concluído o 2º. curso de 1973, prestavam serviço no CIOE. 
A talho de foice e para fazer memória desse grupo, eram estes: Matos, Grilo, M. Ferreira, Praxedes, A. Ferreira, Ribeiro, Pedro, Monteiro, Viegas, Neto, Rodrigues e Gonçalves. 
Furriéis milicianos no Quitexe: José Pires, Ar-
mindo Reino (Rangers), Grenha Lopes, Norberto
 Morais (em cima) e António Lopes (sentado) 
Adidos à 1ª. Companhia de Instrução, em Penude, estavam o Rui Praxedes, o Américo Ferreira, o Fernando Ribeiro, o João Pedro, o José Monteiro e o Fernando Rodrigues. Os restantes, à CCAÇ. aquartelada no CIOE, no centro da cidade - também instrutores, mas só em provas especiais.
As mobilizações, porém e por nós, só vieram a ser conhecidas no dia 7 de Dezembro do mesmo ano (1973), quando foram publicadas na Ordem de Serviço nº. 286, do CIOE.

«Rangers» no BCAV. 8423
e prisões em Luanda

Um ano depois e integrados na CCS do BCAV. 8423, o trio «Ranger» já estava em Angola e no Quitexe há 5 meses e depois de ter desembarcado em Luanda a 30 de Maio de 1974. Também dos «Rangers» e comandante do (nosso) PELREC, da CCS e no Quitexe, era o alferes miliciano António Manuel Garcia - que, vítima de acidente de viação, ao serviço da Polícia Judiciária, viria a falecer no dia 2 de Novembro de 1979.
O BCAV. 8423 incluía os também alferes milicianos «Rangers» Mário Jorge de Sousa (com o furriel Manuel Pinto, na 1ª. CCAV., a de Zalala), João Machado (com o furriel António Carlos Letras, da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa) e Augusto Rodrigues (com o furriel Armindo Reino, do curso seguinte, na 3ª. CCAV., a de Santa Isabel). 
O 17 de Novembro desse já distante ano de 1974 foi um domingo e nessa madrugada tinham sido presos dois empresários em Luanda, acusados de «sabotagem económica».  Foram enviados para a Lisboa e eram, alegadamente, responsáveis por «manobras neocolonialistas desenvolvidas nos últimos dias neste território de Angola».
A detenção e prisão foram anunciadas pelo almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa, precisando que «isto tinha de ser feito, afim de evitar o agravamento da situação». Os detidos eram Corte Real (gerente da SOREL) e o dr. Fernandes Vieira (um «importante capitalista»), ambos ligados a associações económicas locais.
Última pagina do Diário de Lisboa de 17 de
 Novembro de 1975, sobre a «situação grave
 na Frente Sul» de Angola

Rota do Café, Ambriz
e Carmona

Um ano depois, era anunciado em Portugal que «toda a rota do café está na posse do MPLA», que, segundo o Diário de Lisboa, «ameaça agora o Ambriz e Carmona». A sul, «continua(va) a combater-se na linha defensiva montada nos morros de Pundo, próximo de Novo Redondo», cidade que «continua(va) controlada pelas FAPLA, que dominam também toda a região da Lunda». Mais a sul, porém, «Lobito, Benguela e Sá da Bandeira continua(va)m ocupadas pelos invasores» - subentendendo-se estes como sendo, na linguagem do MPLA, as forças da FNLA e UNITA, apoiadas por estrangeiros.
A Frente Sul continuava, como noticiava o Diário de Lisboa, «a apresentar-se como a mais grave para o MPLA, dado o potencial bélico utilizado elos invasores, que dispõem de numerosos helicópteros, aviões de transporte e blindados de origem sul africana».
Assim ia Angola, ao sétimo dia da independência! Há 41 anos!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário