sexta-feira, 18 de novembro de 2016

3 584 - Reunião no Sector do Uíge e combates depois da independência!

Grupo de Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Em destaque,
 reconhecem-se os furriéis milicianos Plácido
Queirós (a vermelho) e Eu-
 sébio Martins (a branco), infelizmente falecido, de doença e em Belmonte,
a 16 de Abril de 2014. Quem ajuda a identificar os restantes? 

O comandante Almeida e Brito, soldado Armando
 Mendes da Silva e capitães José Paulo Falcão (de
 frente) e António Oliveira (de costas) 

O Comando do Sector do Uíge (CSU) reuniu as suas Unidades em Carmona, a 18 de Novembro de 1974, para tratar de questões operacionais, e o BCAV. 8423 esteve representado pelo comandante interino - o capitão de Cavalaria José Paulo Falcão (SGE), que exercia o cargo desde o dia 4. O comandante Carlos Almeida e Brito estava de férias em Portugal. 
Os furriéis milicianos Mário Matos, à esquerda, e
 João Brejo, à direita, ladeando um cabo escriturário
da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa
Angola, por esse tempo, expectava sobre o futuro próximo dos dois detidos na véspera, acusados de sabotagem económica: o gerente Corte Real (da Sorel) e o capitalista Fernandes Vieira, presos em Luanda e enviados para Lisboa «afim de serem sujeitos a interrogatórios». Eram acusados, também, de «manobras neocolonialistas».
Os furriéis milicianos José Monteiro e João Peixoto,
 que dos Cavaleiros do Norte foi transferido para
Cabinda. Aqui, nas traseiras da messe de Carmona

Os reféns de 
Cabinda

O Enclave de Cabinda era outra «dor de cabeça» para as autoridades e soube-se nesse dia que a Força Aérea Portuguesa atacara, a 15 e 16, a posição militar (também portuguesa) aa zona da fronteira com o Congo-Brazzaville, onde forças da FLEC/TE tinham 15 prisioneiros. 
Ou seriam 22, como referia um comunicado do governo congolês, acusando a FAP de ter violado o seu espaço aéreo?
«As tropas fronteiriças congolesas ripostaram imediatamente», frisava o comunicado, acrescentando que «os elementos da FLEC, com os 22 reféns militares portugueses, recuaram para território congolês» e que as autoridades congolesas «tomaram conta dos reféns portugueses e prenderam um mercenário francês». 
Dois dos reféns estavam feridos e foram hospitalizados. O mercenário francês dizia ser de origem albanesa e iria ser «entregue ao Tribunal Revolucionário» congolês.
Cabinda foi o destino do furriel João Domingos Faria Taveira de Peixoto, que por alguns meses foi Cavaleiro do Norte, no Quitexe (onde chegou de Sanza Pombo, da CCAÇ. 4741/74) e em Carmona, de onde rodou para um Batalhão de Artilharia, em Landana, aí por volta de Abril/Maio de 1975.
«Passado um mês ou dois, regressei a Luanda, num fragata da Marinha», recordou o João Peixoto, agora professor aposentado do ensino secundário.
A cidade de Carmona, agora Uíge (destacada a
verde), Negage (a preto), Dange/Quitexe (a ver-
melho) e Camabatela (a amarelo)

Os combates mais
encarniçados

A Angola independente, um ano depois, continuava em guerra «com os combates mais encarniçados na Frente Sul», onde, segundo o MPLA, «forças estrangeiras aliadas à FNLA e à UNITA combatem contra as FAPLA, braço armado do MPLA e do povo angolano». Combates em Novo Redondo, Lobito e Benguela - com «duros combates próximos» destas duas cidades - Caxito, Barra do Dange e Libongos. 
A coluna da FNLA neste caso, «encontra(va)-se refugiada no Ambriz», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «tudo leva a crer que se junta às defesas do Uíge», já que, na frente de Samba Caju, «as FAPLA conquistaram posições muito próximas de Camabatela, vila situada a 50 quilómetros da base aérea do Negage, ponto vital para o inimigo».
Camabatela que, como se vê no mapa ao lado, fica muito próximo do Quitexe (Dange), uns 40 quilómetros, e do Negage (mais ou menos a mesma distância). Negage que fica a 40 de Carmona e esta cidade a 40 do Quitexe. Distâncias muito «pequenas», em termos de território angolano.

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