segunda-feira, 21 de novembro de 2016

3 587 - 1ª. CCAV. 8423 de Zalala para Vista Alegre e Ponte do Dange

Furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423, companhia que há 42 anos
 começou a abandonar Zalala. Os furriéis Eusébio Martins (falecido a
 16/04/2014), Plácido Queirós e Victor Costa (de pé), Américo Rodrigues,
 José Louro, Jorge Barata (f. a 11/10/1997) e Manuel Dias (f. a 20/11/2011)

O furriel Viegas na avenida do Quitexe,
no dia dos seus 22 anos. A 21/11/1974,
há 42! Atrás, vê-se o bar dos praças

O dia 21 de Novembro de 1974 foi tempo para o início para «a saída definitiva da CCAÇ. 4145/72 para Luanda» e, simultâneamente, «o início da rotação da 1ª. CCAV . 8423» para Vista Alegre e Ponte do Dange. Isto, porque «tornou-se necessário» ocupar estas duas posições militares portuguesas.
Os movimentos da companhia comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias completaram-se no dia 25 desse Novembro de há 42 anos,  quando, de vez, se abandonou a mítica Fazenda de Zalala - «a  mais dura escola de guerra», que estava ocupada desde os trágicos acontecimentos de 1961.
Vista Alegre, para onde a 1ª. CCAV. 8423
 começou a rodar a 21 de Novembro de
1974. Ao fundo, vê-se o quartel

6 presos para
... fuzilamento

O MPLA, nesse mesmo dia e em Luanda, apresentou «6 cativos com as mãos atadas atrás das costas, alguns deles feridos», acusados de  «se apresentarem, falsamente, como militantes» do movimento. Um deles, era acusado de assassínio, outro de extorquir dinheiro em nome do MPLA, e tinham sido capturados pelas Comissões de Vigilância dos musseques, que, segundo Hermínio Escórcio, membro da Comissão Directiva do movimento de Agostinho neto, «exigiam o seu fuzilamento». 
Quando lhes disse que «entregaria os acusados às autoridades portuguesas», por o MPLA «ainda não dispor de máquina judicial, a multidão mostrou a sua desaprovação», o que o levou (a Escórcio) a «concordar que permanecessem provisoriamente às ordens do MPLA».


19 apoiados e
o terror da FNLA

A FNLA, do seu lado, anunciou que «19 pessoas forçadas, recentemente, a abandonar os seus lares no Bairro Catambor, em Luanda, seriam protegidas» pelas comissões do movimento. 
Notícias do Diário de Lisboa de 21/11/1975
Teriam sido «forçadas a abandonar as residências na passada semana por aderentes armados de um movimento rival». A FNLA não citou o nome, mas referia-se ao MPLA.
Um ano mais tarde, a mesma FNLA era acusada de ter «utilizado o terror para tentar apoderar-se do Poder, nos meses que antecederam a proclamação da independência». O dedo foi apontado por Maria Teresa Gama, de 39 anos e militante do MPLA, numa entrevista a revista «Bohemia», de Cuba, na qual também sublinhou que a FNLA, «pouco depois da constituição do Governo Transitório de Angola», o movimento de Holden Roberto «chamou a si a herança dos processos da polícia política portuguesa (PIDE), assessorada pela CIA norte-americana».

22 anos no Quitexe


O 21 de Novembro de 1974, uma quinta-feira e no Quitexe, foi tempo dos 22 anos do furriel miliciano Viegas (eu), do PELREC, que estava de sargento de dia. Passou-se tranquilamente, com almoço no refeitório dos praças e os companheiros do pelotão com cerveja fresca como «prenda», só dias depois sabendo da razão.

Ainda fiz o jantar, de serviço, e fui «jantar fora», ao restaurante Rocha, com alguns amigos. Lá pelas 11 horas da noite, voltei a pegar na Walter e a colocar a braçadeira verde de sargento de dia, para uma noite sem problemas.

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