sábado, 26 de novembro de 2016

3 592 - Comício da FNLA em Vista Alegre foi há 42 anos!...

Vista Alegre e o aquartelamento da 1ª. CCAV, 8423, a que foi de Zalala. 
A 26 de Novembro de 1974, a localidade foi palco de um comício da FNLA

Cavaleiros do Norte de Zalala, já em Vista Alegre: fur-
riel Queirós (atrás, de cabeça levantada e bigode), 1º. cabo
 Ferreira (de bigode e óculos)-, furriel Barreto (de bigode),
1º .cabo Dorindo (encostado a Barreto e também
 de bigode). E os outros, quem os identifica?


 Vista Alegre, a 26 de Novembro de 1974, foi cenário de um comício da FNLA. «Um comício de metalização das populações, certamente tendente a procurar anular a influência local e da área que o MPLA possui», como refere o Livro da Unidade, do BCAV. 8423. 
Ao tempo, e com a 1ª. CCAV. 8423 já lá (e em Ponte do Dange) totalmente instalada, ida da mítica Fazenda de Zalala, vivia-se «o clima de cessar-fogo estabelecido no mês anterior».
Cantina de Vista Alegre, à entrada da porta de armas do
quartel e ainda com os matraquilhos na varanda. Foto
de Carlos Ferreira (1º. cabo), a 1 de Dezembro de 2012
Por isso mesmo e, como aqui já foi dito, «obviamente começaram a ser estabelecidos contactos com  as autoridades, por parte de elementos dispersos da FNLA, agora já nas categorias elevadas da sua chefatura».
Tais contactos, ora no Quitexe (onde estava instalado o Comando dos Cavaleiros do Norte, do tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito, e a CCS, do capitão António Martins de Oliveira, SG) e Aldeia Viçosa (a 2ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz), ora em Vista Alegre, é que, ainda segundo o Livro da Unidade, «permitiram a realização» do tal comício - naturalmente, «já em fase mais adiantada» de tais contactos. Contactos que, muito provavelmente e no caso de Vista Alegre, já teriam sido iniciados no período de aquartelamento da CCAÇ. 4145/72, que, na  práticas, os Cavaleiros do Norte de Zalala tinha rendido nos dias anteriores, numa operação concluída precisamente na véspera (25).
Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi,
presidentes, respectivamente, da FNLA, MPLA e UNITA

Movimentos sem
uma frente unida

Angola, a esse tempo, vivia vivia diferenças que não aproximavam, antes separavam os movimentos de libertação. E assim não seria fácil a plataforma política que negociaria com Portugal - o país colonizador.
Notícias de Angola, na última página do
 Diário de Lisboa de 26 de Novembro de 1974
Agostinho Neto, presidente do MPLA, afirmava ao «Liberation», jornal francês, que «o único problema que retarda a descolonização é a existência de movimentos com os quais ainda não formamos uma frente unida». Faltava, assim, «definir em conjunto uma plataforma política, a partir da qual possamos formar um Governo de Transição», havendo, por esse tempo e no seu dizer, «esperança que 1975 seja o ano da independência».
O presidente Neto denunciou a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) como «uma organização separatista e movimento anti-nacional». «Depois do 14 anos de luta, não consentiremos que Cabinda, parte integrante do território angolano, nos seja retirada», afirmou o líder do MPLA, também denunciando, num outro prisma, «as forças reaccionárias que, dentro do país, querem provocar o caos económico»
Sobre «as contradições internas» do (seu) MPLA, afirmou que se tratava de «um problema vindo do exterior» e que «internamente «está unido», referindo que «Chipenda e o seu grupo trabalham agora com a FNLA e por este facto estão excluídos do movimento».  

FNLA, UNITA e
Soares de... acordo

A 26 de Novembro de 1974, a FNLA e a UNITA anunciaram, em Kinshasa, a assinatura de um acordo para pôr termos às suas divergências e instaurando «uma cooperação e uma assistência mútua, ara fazer frente a qualquer eventualidade extremista, vinda de qualquer lado».
O acordo foi assinado pelos dois presidentes: Holden Roberto, da FNLA, e Jonas Savimbi, da UNITA, na mesma data em que, também em  Kinshasa e depois dessas conversações, Mário Soares, ministro português dos Negócios Estrangeiros, garantia, em declarações à France Press, que «falamos a mesma linguagem»
«Estamos de acordo quanto à maneira como devem ser abordados os problemas de Angola e encontrei neles compreensão e abertura de espírito», disse Mário Soares, sublinhando que «o Governo provisório que será constituído, deverá ser formado por diferentes movimentos nacionalistas» e que, para o efeito «decidimos fazer uma mesa redonda na primeira quinzena de Dezembro».
- SANTA ISABEL: O dia foi de festa de anos em Santa Isabel, fazenda onde se aquartelava a 3ª. CCAV. 8423, então já em vésperas de rodar para o Quitexe.
O aniversariante foi o 1º. cabo Adriano Martins de Oliveira, apontador de morteiros. Era natural da Areosa, no Porto, e dele se perdeu o «rasto». Onde estiver, parabéns!

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