Comício em Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975, na abertura da DELE-
gação da FNLA. Foi o primeiro na zona de acção dos Cavaleiros do Norte
e a FNLA desentendeu-se com o MPLA, obrigando à intervenção das NT
Apoiantes e militares da FNLA foram à abertura da Delegação de Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975. Há 42 anos! Fotos do furriel António Letras |
O MPLA também quis fazer um comício, conjunto, mas não se entenderam e a situação obrigou à intervenção da 2ª. CCAV. dos Cavaleiros do Norte, que ali jornadeava na sua missão angolana.
Capitães José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV. e 3ª. CCAV. , aqui com o alferes João Machado (2ª. CCAV.). Todos milicianos |
Actividade política
dos movimentos
Os movimentos de libertação, por esse tempo «continuavam as suas actividades políticas» na zona de acção do BCAV. 8423 (como noutras, por todo o território angolano) mas enquanto «a área do Quitexe é quase na íntegra da FNLA», acontecia que em Aldeia Viçosa (onde estava a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz) e Vista Alegre (sede da 1ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano Davide Castro Dias e que estivera em Zalala) «se verifica uma mesclagem deste movimento com o MPLA», o que, sublinha o Livro da Unidade, «tem dado aso a situações de atrito entre eles».
«A mais grave terá sido a 26 de Janeiro, aquando a abertura da Delegação da FNLA em Aldeia Viçosa, aonde os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram o entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora, o que conseguiu», lê-se no Livro da Unidade.
Daniel Chipenda, Holden Roberto (presidente) e Hendrick Vaal Neto, dirigentes da FNLA |
Emissora Oficial
assaltada pela FNLA
O dia 26 de Janeiro de 1975 foi um domingo e, em Luanda e ao princípio da noite, a FNLA invadiu as instalações da Emissora Oficial de Angola (EOA) «paralisando-a, após a destruição de algum material e agressão ao locutor de serviço».
A força militar do movimento de Holden Roberto era comandada por Hendrick Vaal Neto e agiu, segundo o Diário de Lisboa, como «represália pela suspensão da leitura, na rádio, de um comunicado da FNLA, onde se faziam graves acusações ao Governo Provisório e à Junta Governativa».
A decisão de «proibir a leitura» fora da responsabilidade do comandante Correia Jesuíno, Secretário de Estado da Comunicação Social, e «secundada pelos trabalhadores da Emissora».
Durante a madrugada desse domingo de há 42 anos, «tinha sido raptado de sua casa» o subchefe de redacção da EOA, António Cardoso, que era «militante do MPLA» e se encontrava «em local desconhecido».
O problema só no dia seguinte seria resolvido.
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