domingo, 29 de janeiro de 2017

3 656 - Instrução em Santa Margarida e José Ndele no Governo

Cavaleiros do Norte de Zalala mas anda em Santa Margarida. À frente, um
radiotelegrafista (?), alferes Lains dos  Santos e furriéis Plácido Queirós e
 Américo Rodrigues. E os que estão atrás, alguém os identifica'

Gruta do Quijoão, em Zalala: os furriéis milicianos
 Jorge Barata (falecido a 11/10/1997, de doença e
 em Alcains), José Louro e José Nascimento

Aos 29 dias de Janeiro de 1974, o BCAV. 8423 fazia a sua instrução no Campo Militar de Santa Margarida, com exercícios divididos pelo Destacamento do RC4, Mata do Soares e arredores.
O objectivo, para além das técnicas militares necessárias para jovens combatentes que se preparavam para actuar nas matas de Angola (e lá se sabia o que isso era, ou seria!...), era também «instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que se constituísse um todo coeso, disciplinado e disciplinador».
Angola, em Janeiro de 1975: Lúcio Lara (MPLA,
 de fato claro), Johnny Eduardo (FNLA) e José
 N´Dele (UNITA), NN e Almeida e Santos
Um ano depois, por terras do Uíge angolano e já com essas técnicas de combate e sobrevivência bem apreendidas - e nalguns casos aplicadas... -, os Cavaleiros do Norte ficaram a saber que, em Nova Lisboa, o presidente da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, anunciou que José N´Dele «será o representante do seu movimento no Conselho Presidencial do Governo de Transição que tomará posse no dia 31 de Janeiro». 
José N´Dele era natural de Cabinda (nascido a 13 de Agosto de 1940), tinha 34 anos e era licenciado em Ciências Económicas e Sociais (em Genebra, na Suíça), depois de ter feito os estudos primários no Seminário Menor de Luanda e, em 1961, com 21 anos, ter seguido para o Zaire, onde se alistou na FNLA. Era tesoureiro geral da UNITA e participara na Cimeira do Alvor.
A sua indicação para este alto cargo deixava concluir, confirmando, a posição da UNITA sobre as pretensões da FLEC quanto à independência do Enclave: era parte integrante do território angolano. 
José de Assunção Alberto Ndele faleceu a 19 de Abril de 2000, na Suíça e foi sepultado em Cabinda, a 8 de Maio seguinte - depois de homenageado em Luanda, em cerimónia participada pelo presidente José Eduardo dos Santos. Deixou viúva e um filho.

População incitada
a fazer distúrbios

Luanda, por esse tempo, continuava tensa e, segundo a ANI, «agitadores a soldo não se sabe de quem, andam pelos subúrbios a concitar a população a fazer distúrbios no dia 31 de Janeiro, data da posse do Governo de Transição que há-de levar Angola à independência».
O MPLA, em comunicado, apelou aos seus militantes e simpatizantes para «denunciar os agitadores que consigam identificar» e, por outro lado, aconselhava-os a «não se deixarem arrastar por manobras que só poderão desprestigiar o movimento».
Jonas Savimbi, da UNITA e discursado em Nova Lisboa, também de distanciou destes agitadores e citando «fontes seguras» disse que poderiam estar relacionados com «as forças que se preparam, em Portugal, para um contra-golpe e, quiçá, denunciarem os acordos entre os movimentos de libertação e Portugal»
A FNLA, por seu lado, deu conta que os seus representantes no Governo de Transição iam «chegar a Luanda», mas não foram revelados os seus nomes.
2ª. CCAV. 8423


Jordão de A. Viçosa, 64
anos na Marinha das Ondas

O 1º. cabo Jordão festejou 22 anos a 29 de Janeiro de 1975, quando jornadeava por África e na uíjana terra de Aldeia Viçosa, em Angola.
Licínio da Silva Jordão foi apontador de morteiros a 2º. CCAV. 8423,. voluntário e natural de Cipreste, da freguesia de Louriçal, em Pombal. Aqui voltou, a 10 de Setembro de 1975, no final da comissão dos Cavaleiros do Norte. Vive nas Matas, de Marinha das Ondas, na Figueira da Foz, onde hoje festejará 64 anos. Parabéns!

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