domingo, 12 de fevereiro de 2017

3 671 - Vida calma pelos lados do BCAV. 8423 e dissidentes do MPLA!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. De pé, Almiro Brasil, furriel João Dias (que amanhã
faz 65 anos, em Tomar), alferes Lains dos Santos, furriel Évora Soares, 1º. cabo Carlos Carvalho e
 António Agra (Famalicão). Em baixo, Carlos Costa (TRMS) e Fernando Silva 
Edifício da Zona Militar Norte (ZMN) e Comando do
 Sector do Uíge (CSU) em Carmona, entidades militares
 de que dependeu o BCAV. 8423




A Quarta-Feira de Cinzas de 1975, dia 12 de Fevereiro de 1975, foi passada na na serenidades dos deuses, pelas bandas do Uíge angolano, onde jornadeavam as 4 companhias do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423). A CCS e a 3ª. CCAV. pelo Quitexe, a 2ª. CAVC. por Aldeia Viçosa e a 1ª. CCAV. por Vista Alegre e Ponte do Dange.
A nível de Angola e no geral, havia porém, diligências em curso, no sentido de a Revolta do Leste, liderada pro Daniel Chipenda, se aliar à UNITA e, para o efeito, decorreria em Ninda uma reunião entre dirigentes das duas parte. «Conversações directas», relatava o Diário de Lisboa desse dia, lembrando que Chipenda liderava uma ala secessionista do MPLA (a outra era a de Pinto de Andrade) e que as conversações seriam do conhecimento de Agostinho Neto, com vista à sua integração de Revolta do Leste no processo de descolonização e independência de Angola. 
A conciliação nas fileiras do MPLA era «tida como possível nos próximos dias» e, de resto, reportava o DL, «saudada como um factos positivo na etapa final que levará Angola à independência no próximo dia 11 de Novembro». Da parte da Revolta Activa, a «outra facção que discorda da orientação do presidente Agostinho Neto», sabia-se que os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade e Gentil Viana estavam em Luanda desde o dia 4 de Fevereiro.
Ministro Vasco Vieira
de Almeida

Subornos do Zaire 
e Vieira de Almeida

Vasco Vieira de Almeida, o ministro da Economia do Governo de Transição de Angola, chegara na véspera a Luanda, ido de Lisboa, e tinha posse marcada para a tarde de 12 de Fevereiro de 1975.
Era um dos quatro ministros portugueses e o único não empossado, o que aconteceu às 17 horas e no palácio do Governador, numa cerimónia presidida pelo Alto Comissário António da Silva Cardoso.
O MPLA, nesta data e em comunicado, denunciou «o recrutamento de regedores e sobas da região de Icola e Bengo», para se «deslocarem a Kinshasa, afim de contactarem certas entidades políticas».
«Este facto denuncia mais um jogo do imperialismo e do neo-colonialismo e é um dos mais ignóbeis actos de corrupção», acusava o Comité de Acção de Ibolo e Bendo, apelando «a todos os militantes e simpatizantes do MPLA para não se deixarem levar por estas manobras», já que, concluía, «toda a política, contactos e negócios devem ser feitos aqui, no país».

João Dias em An-
gola (em cima) e em
foto recente

Os 65 anos do furriel
João Dias (TRMS)

O furriel miliciano Dias, das Transmissões de Zalala, comemora 65 anos a 13 de Fevereiro de 2017, em Tomar!
João Custódio Dias, de nome completo, voltou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, com toda a 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias - e que também se aquartelou em Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona. Voltou a Portugal e a Penas Ruivas, na freguesia de Seiça, em Vila Nova de Ourém.
Ingressou na Polícia Judiciária (PJ) e nela fez carreira profissional, até à sua aposentação como Inspector-Chefe -  aposentação que goza em Tomar, cidade que tomou como sua. É para lá que vai o nosso abraço de parabéns!

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