O capitão de Cavalaria José Diogo Themudo, à di- reita e na varanda do BC12, com o alferes João Ma- chado (à esquerda) e o capitão José Paulo Falcão |
O BCAV. 8423 esteve sem 2º. comandante até ao mês de Março de 1975, quando, em dia indeterminado, lá chegou o capitão José Diogo Themudo, conhecido do comandante Carlos Almeida e Brito - quem, ocasional-
mente o encontrando em Luanda, o convidou para assumir as funções.
O 2º. comandante seria o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que, nas vésperas do embarque para Angola, foi «desviado» pelo MFA e colocado na Guiné «por motivos imperiosos de serviço». Faleceu a 16 de Ju-
lho de 2011, em Lisboa, tenente-coronel, aos 80 anos - nascido a 7 de Outubro de 1931.
O tenente-coronel Carlos Al- meida e Brito, comandante do BCAV. 8423 |
a 24 de Março de 1975, assumiu as funções de comandante interino do BCAV. 8423, substituindo o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito que, nessa data e também interinamente, assumiu funções de comandante da Zona Militar Norte (ZMN).
José Diogo Themudo estava em Luanda, sem coloca-
ção, depois de a unidade de Silva Porto (para a qual ia destinado, a substituir outro capitão) já ter regres-
sado. Pediu, mas foi-lhe negado o regresso a Lisboa. Era o último oficial a ter chegado a Angola.
«Instalei-me na messe oficiais e de quando em vez ia procurar novidades ao Quartel-General», explicou-nos, adiantando que, asssim, «fiz praia durante um mês».
Um dia foi ao aeroporto para se despedir de um camarada de armas e foi lá que o tenente-coronel Almeida e Brito o achou. «Convidou-me para 2º. comandante do Batalhão e apesar de serem funções de major e eu ser apenas capitão, aceitei o convite. Resolvemos o problema no Quartel-General e fui para Carmona», historiou o agora coronel aposentado José Diogo Themudo.
Notícia do Diário de Lisboa sobre o recrutamento, pela FNLA, de refugiados para as suas Forças Armadas |
Incidentes em Luanda e
recrutamento da FNLA
Os tiroteios na área suburbana de Luanda continuaram a 23 de Março de 1975, envolvendo forças do MPLA e da FNLA - mesmo depois do acordo de sábado à noite (dia 21) e ante a propo-
sitada não intervenção das Forças Armadas Portuguesas. Por decisão do Comando de Sector de Luanda.
Ao mesmo tempo, o movimento de Holden Roberto preparava o repatriamento de refugiados no Zaire, numa operação de três etapas, segundo noticiava a revista «Afrique-Asie»: uma primeira, que começara já em Setembro de 1974, agrupando-os em quatro agrupamentos, todos no Zaire (Nandulu, Kassai, Baixo Zaire e Shabi); uma segunda, então em execução, instalando-os em 20 campos de alojamento ao longo da fronteira com Angola; e uma terceira, envolvendo o transporte e instalação dos refugiados em Angola e em diferentes campos permanentes.
A operação envolveria 400 000 refugiados (segundo a ONU), ou dois milhões (segundo a FNLA). E custaria 20 milhões de dólares. O Zaire não financiaria a operação (por falta de tesouraria e depois de o FMI lhe ter recusado um empréstimo) e a revista «Afrique-Asie» noticiava que o ministro da Saúde do Governo Provisório (Samuel Abrigada, da FNLA) pediu, mas não teve, dinheiro de Igrejas Reformistas americanas. Recusaram dar esse apoio.
Assim sendo, e ainda segundo a mesma revista, «certas empresas mineiras e fazendeiros do Norte de Angola estaria dispostos a financiar a operação». A FNLA, com esta medida, dizia a «Afrique-Asie», «mataria dois coelhos de uma só cajadada: poderia recrutar no Zaire um exército para ocupar o Norte de Angola e para apoiar os seus projectos de domínio no Governo de Luanda».
Porfírio Malheiro no BC12 e em 1975 |
Malheiro do Quitexe, 65
anos em Santo Tirso
O dia 24 de Março de 2017 é de aniversário do «benjamim» da CCS, já em Carmona: o Porfírio Tomaz Malheiro de Jesus, 1º. cabo de reparação e manutenção de material que, nesse já bem distante dia de 1975 e em Carmona, festejou os 20 anos! Nascido em 1955!
P. Malheiro em 2015 |
Lá regressou a 8 de Setembro de 1975 e por lá fez (e faz) vida, como motorista internacional. Hoje, festeja 62 anos e para ele «viaja» o nosso abraço de parabéns!
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