Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa |
A 10 de Abril de 1975, os Cavaleiros do Norte, pelas bandas de Carmona e do Uíge, continuavam a «realizar patrulhamentos de longo curso», para proteger a circulação da comunidade civil nas suas viagens e a garantir a segurança na cidade.
A sua actividade operacional começava, gradual-
mente, a deixar de estar «circunscrita aos centros urbanos» - e já envolvendo as Forças Militares Mistas. Era preciso assegurar a tranquilidade dos cidadãos e garantir a sua circulação e a de bens - nomeadamente os de consumo corrente, que começavam a escassear na cidade. E isso foi feito, sabe-se lá com que sacrifícios da guarnição! E com que riscos!
O furriel Viegas com a Família Neves Polido numa barragem dos arredores de Nova Lisboa |
O futuro Exército de Angola
O dia, em Luanda, foi tempo para mais uma reunião dos Estados Maiores das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), do Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA) e das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) - os braços armados, respectivamente, do MPLA, da FNLA e da UNITA.
«Estas reuniões confirmam o desanuviamento que começa a observar-se entre os três movimentos de Libertação, após o protocolo de acordo que assinaram há dois dias, pondo termo ás hostilidades», noticiava a imprensa do dia.
Ñovidade, ou nem tanto - pois tal processo já se desenvolvia em Carmona, com as Forças Militares Mistas - era «a criação das Forças Internas, futuro Exército de Angola, a processar-se em novos moldes». Aparentemente, assim se expectava, «todos os elementos serão recrutados como militares e não como militantes deste ou daquele movimento».
O acordo dos Estados Maiores, já de alguns dias antes, previa a criação de «um organismo paritário e inter-partidário, para solucionar os problemas e conflitos que surjam entre as forças dos três movimentos, ou entre os respectivos militantes e simpatizantes».
Os furriéis Cruz e Viegas num miradouro entre Nova Lisboa e Caála, Roberto Williams em 1975. Há 42 anos! |
Viagem de férias
para Nova Lisboa
O dia, uma quinta-feira, foi o da viagem aérea dos dois «turistas» dos Cavaleiros do Norte que andavam de férias por Angola: os furriéis Cruz e Viegas.
Viagem relativamente rápida, num voo seguro e cómodo da TAAG - os Transportes Aéreos de Angola -, saindo de Luanda e aterrando cedo no aeroporto de Nova Lisboa e deste, para o centro, logo conhecendo a beleza e modernidade de uma cidade jovem e bem projectada. De encher o olho!
A surpresa da nossa chegada foi ganha em afecto, o da Família Neves Polido - que nos acolheu vários dias e nos levou a conhecer toda a região, nos seus pontos mais interessantes. Belos dias, os da huambana Nova Lisboa, da Caála (Roberto Williams, ao tempo), à Bela Vista, Vila Nova (agora Tchicala-Tcholoanga), Bailundo, mais longe ao Alto Hama, depois um salto a Silva Porto (actual Kuito, para visitar familiares. Por lá ficámos uma semana.
António C. F. Medeiros |
A morte do António
Carlos Medeiros
O 1º. cabo Medeiros foi operador-cripto dos Cavaleiros do Norte. Faleceu a 10 de Abril de 2003, de doença, há 14 anos!
António Carlos Fernandes de Medeiros, de seu nome completo, era natural e residente na freguesia do Bonfim, na cidade do Porto, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975, depois de cumprida a jornada africana de Angola, pelo Quitexe e por Carmona - onde, competentemente, exerceu a sua função «cripto». Faleceu, de doença, e hoje o recordamos com a saudade de um bom companheiro! RIP!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário