quarta-feira, 26 de julho de 2017

3 834 - Guerra total entre o MPLA e a FNLA!

Cavaleiros do Norte nas oficinas do Quitexe: 1ºs. cabos Rafael Farinha e 
Serra Mendes e furriel Norberto Morais (todos mecânicos-auto) e 1ºs. 
cabos Domingos Teixeira (estofador) e Agostinho Teixeira (pintor)

O comandante Almeida e Brito (à esquerda) em Aldeia Vi-
çosa, com os alferes milicianos João Machado e Jorge Capela



A 26 de Julho de 1974, o comandante Almeida e Brito deslocou-se a Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 84343 e onde, acompanhado do capitão José Manuel Cruz, reuniu com as autoridades tradicionais locais.
O comandante do BCAV. 8423 fez-se acompanhar por alguns oficiais do Quitexe e pelas autoridades adminis-
Alferes milicianos Periquito e Cruz, capitão Cruz e al-
feres Carvalho (de pé) e Jorge Capela (em baixo). Aqui,
no quartel de Aldeia Viçosa, na 2ª. CCAV. 8423
trativas e eclesiásticas locais e o dia foi também tempo para uma deslocação à Fazenda Minervina, em continuação do trabalho de «mentalização das popula-
ões» para a nova situação militar e política - a decorrente do 25 de Abril.

Guerra total entre
a FNLA e o MPLA

Um ano depois, 26 de Julho de 1975, regressou a Carmona a coluna MVL que na véspera tinham partido para Salazar (N´Dalatando), à terceira tentativa (imposta à FNLA), e regressaram de Luanda os Cavaleiros do Norte que, em serviço, lá se tinham deslocado.
Luanda onde, na véspera,  se tinha registado mais confrontações armadas entre a FNLA e o MPLA - em S. Pedro da Barra, Cazenga e Cuca.
A declaração de «guerra total» foi feita na véspera, por Holden Roberto e aos microfones da Emissora Oficial de Angola, exortando o seu exército (o ELNA) a, e citamos o Diário de Lisboa, a continuar «o fogo sobre o inimigo, em todas as frentes», porque, sublinhou, «a nossa luta é definitiva e só terminará com a libertação de Luanda e a reocupação de todas as nossas posições».
O MPLA, na voz do presidente Agostinho Neto, reagiu com a proclamação da «resistência popular generalizada» incitando «todos os verdadeiros patriotas para que se mobilizem para responder, pela violência revolucionária, a todas as agressões dos bandos assassinos do ELNA/FNLA».
O Caxito continuava ocupado pela FNLA, que lá tinha 7 carros blindados, metralhadoras de fabrico americano e tropas de infantaria.
O MPLA continuava a controlar Henrique de Carvalho e Salazar. Malanje voltou a registar «conflitos muito violentos, envolvendo armas ligeiras e pesadas».
Carmona, onde as NT eram ameaçadas pela FNLA e fortemente criticadas pela comunidade civil, felizmente ia continuando minimamente calma. As NT, sublinha o Livro de Unidade, eram «permanente alvo de críticas das populações brancas».
Nzita Henriques Tiago,
da FLEC e em 2012

FLEC anunciou
Governo Revolucionário
em Cabinda

A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC) anunciou, a 26 de Julho de 1975, a constituição de um governo revolucionário provisório e esperava «anunciar brevemente a sua independência».
O anúncio foi feito em Paris, por Luzi Ball, que se apresentou como Ministro dos Negócios Estrangeiros do referido Governo, que tinha sido «proclamado a 16 de Julho e controlava um quarto do território».
O 1º. Ministro era Nzita Henriques Tiago, da FLEC - movimento que «já tinha travado combates com o MPLA» e, por outro lado, «procurava eleições livres e estabelecer um governo livre antes do 11 de Novembro».

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