quinta-feira, 3 de agosto de 2017

3 842 - O dia da Chegada a Luanda, sem nada para matar a fome!

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A CCS e a 1ª. CCAV. 8423 deixaram Carmona a 3 de Agosto de 1975. Para
Luanda. O PELREC (foto) e a CCS lá tinham chegado a 2 de Março, ro-
dados do Quitexe. Aqui, tinham chegado a 6 de Junho de 1974
Cavaleiros de Zalala, todos milicianos: alferes Santos e Sousa e
furriéis Barreto, Barata, Nascimento, Queirós e Louro


O dia 3 de Agosto de 1975 foi um domingo e dia do adeus da CCS e da 1ª. CCAV. 8423 a Carmona. 
Muitos dos Cavaleiros do Norte destas duas companhias não «pregaram olho» e cedo se avolumaram malas e sacos com haveres pessoais, carreados para as Berliets que os levaram ao aeroporto da cidade. De lá, um DC6 e 2 Noratlas
«em duas levas» os transportaram para Luanda. Aqui, em outras Berliets, segui-
ram para o Grafanil, onde literalmente
foram «despejados» no quartel do já 
Mortágua, Jorge Pinho, Pagaimo (do Pelotão de
Morteiros 4281) e Rocha (TRMS de Comando
 de Sector do Uíge) em momento de lazer 
extinto Batalhão de Intendência de Angola. Que estava em estado miserável estado. Comer, não havia e nos quartéis vizinhos do BIA nada havia também. 

Recolher obrigatório 
e tiros em Luanda

A «ordem» foi o desenrasca e, para alguns furriéis, a sugestão foi ir à messe de Luanda, na Avenida dos Combatentes. Lá fomos, à sorte! Mas com sorte, pois, embora «vistos» como «extra-terrestres», lá comemos, já perto das 3 da tarde. «Vocês é que são do Batalhão de Carmona?», éramos inquiridos, de forma desconfiada e estranha, como se fossemos de outro mundo. Lá tinha chegado a «fama» da acção dos Cavaleiros do Norte no Uíge.
A cidade pareceu-nos estranhamento tranquila, sem grande movimento. Era o princípio da tarde, muito quente, muito sossegada.
Um comunicado da 5ª. Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas Portuguesa, às 19 horas, referia que «a situação não evoluiu nas últimas 24 horas» e sublinhava que «em Luanda e arredores, nomeadamente no Caxito, a situação mantém-se absolutamente estacionária».
A imprensa do dia, no entanto, aludia que «estado psicológico das populações, branca e negra, é francamente mau». Falava-se em 250 000 portugueses que iriam abandonar Angola e, já durante a noite, «foi escutado imenso tiroteio em pleno centro de Luanda». Por volta das 22 horas.
O recolher obrigatório estava fixado nas 21 horas e «a polícia e o Exército portugueses cercaram imediatamente o bairro de onde provinham os tiros», mas não houve qualquer prisão. Era a primeira vez que se ouviam tiros depois do recolher obrigatório.
Gabriel Duarte
Silvestre

Silvestre de Aldeia
Viçosa, 65 anos!

O soldado Silvestre, Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, faz hoje 65 anos. Dia 3 de Agosto de 2017.
Gabriel Duarte Silvestre foi atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423 e era (é) natural e residente no lugar de Lagarinho, freguesia e concelho de Abrantes. Lá regressou a 10 de Setembro de 1975 e por lá fez (e faz) vida, morando agora em Vale da Horta, freguesia da Bempos-
ta, também do município de Abrantes. Para lá vai o nosso abraço de parabéns, com o afirmado desejo de que a data se repita de boa saúde e feliz!

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