domingo, 22 de outubro de 2017

3 921 - O desarmamento dos milícias, furriel Mota Viana de Zalala para Luvuei

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 em Carmona, todos milicianos: furriel
 Nelson Rocha, alferes Luís António Pedrosa de Oliveira (que hoje faz 65
anos), Manuel Machado, José Lino e António Cruz

O furriel miliciano Mota Viana, que há 43 anos rodou
 de Zalala para Luvuei, leste de Angola, e o 1º. cabo
Victor Cunha. Aqui, na Fazenda Zalala


O desarmamento dos milícias, zona do Uíge angolano, começou a 21 de Outubro de 1974, ontem, se passaram 43 anos, mas, de acordo com o Livro da Unidade, «não teve boa aceitação por parte dos povos, nomeadamente dos postos da sede (Quitexe) e Aldeia Viçosa».
Sabia-se, ao tempo, que «os apresen-
tados e a FNLA vivem em contacto permanente, quase geral há largos anos» 
Entrada do Quitexe, do lado de Carmona,
agora cidade do Uíge
e o Livro da Unidade recorda mesmo que «poucas vezes, e salvo honrosas excepções, as milícias não tiveram actuações de vulto em defesa dos seus aldeamentos».
Tal facto comummente conhecido entre os militares, mas, mesmo assim, «argumen-
tam(ram) os povos que que esses núcleos armados são a sua melhor defesa às acções de depradação e exigência do IN», argumento que, ainda segundo o Livro da Unidade, que continuamos a citar nesta memória de Angola, «é difícil de contrariar».
O dia 2 de Outubro de 1974 foi tempo, também, para mais uma reunião do Co-
mando do Sector do Uíge (CSU), na cidade de Carmona, na qual participou o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, com sede aquartelada na vila do Quitexe. Certamente, fez-se acompanhar de oficiais Ca-
valeiros do Norte da Unidade, como era habitual e convencional.


Ordem de Serviço nº. 265, do RC$, de 13.Nov.1974, com
a transferência do furriel Mota Viana para Luvuei
Mota Viana de Zalala
para Luvuei

A 22 de Outubro de 1974, o furriel Mota Viana, da 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala) rodou para Luvuei, no leste de Angola, 
Mota Viana
em 2016
onde passou a integrar a 1ª. CART do BART 6321.
Fernando Manuel Mota Viana tinha sido «apanhado» sem boina, na estrada do Quitexe, e foi castigado pelo comandante Almeida e Brito. Achou este que, por ser graduado e filho de um oficial do Exército (o capitão Viana) tinha mais obrigação de dar o exemplo quanto ao atavio militar, castigando-o com 15 dias de prisão disciplinar agrava-
da, que o CSU aumentou para 20, o que implicou a sua rotação.
A transferência «na situação de diligência» (o que suavizou o castigo) teve despacho do Comandante da Região Militar de Angola, a 22 de Outubro de 1974 (hoje se fazem 43 anos), publicado na Nota 38364/1, de 28 de Outubro do mesmo ano e do Quartel General da RMA, depois replicada  na Ordem de Serviço nº. 265, de 13 de Novembro e do RC4 - a unidade mobilizadora.
O Mota Viana, com quem acabámos de falar, esteve em Luvuei até meados de 1975, rodando com a CART. 6321 para Luanda. Regressou a Portugal 6 ou 7 dias antes da independência de Angola - que foi a 11 de Novembro de 1975. Já depois regresso da CART. 6321.

Pedrosa  Olivei-
ra, à direita, com
o capitão José
P. Fernandes

Alferes Pedrosa, 65 anos
nos Marrazes de Leiria

O alferes miliciano Pedrosa, da 3ª. CCAV. 8423, está hoje em festa, dia 22 de Outubro de 2017: faz 65 anos.
Luís António Pedrosa de Oliveira foi atirador de Cavalaria, especializado na Escola Prática de Santarém, sendo Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Por lá, pelo Quitexe e por Carmona cumpriu a sua jornada africana do Uíge angolano, regressando à sua Marrazes natal, e, Leiria, a 10 de Setembro de 1975.
Por lá continua, tendo-se dedicado a actividades empresariais ligadas ao comércio. E está de boa saúde. Para lá vai o nosso abraço de parabéns! 


Sem comentários:

Enviar um comentário