terça-feira, 24 de outubro de 2017

3 923 - Comandante em Aldeia Viçosa, Neto, Chipenda e Savimbi

Alferes milicianos Jorge Capela e João Machado, tenente-coronel Almeida
e Brito e capitão miliciano José Manuel Cruz em Aldeia Viçosa, sede
 da 2ª. CAV. 8423. O aquartelamento foi visitado pelo comando e oficiais do
BCAV. 8423 a 24 de Outubro de 1974. Há 43 anos!



Furriéis milicianos no Quitexe: Cândido Pires (em grande
 plano, de bigode), Belo (de óculos), Viegas e Fonseca

A 24 de Outubro de 1974, o comandante Almeida e Brito deslocou-se a Aldeia Viçosa, para mais uma reunião de trabalhos com a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e naturalmente para abordar a situação operacional.
Uma vez mais o comandante se fez acompanhar por oficiais da CCS e o dia, uma sexta-feira, foi tempo de o MPLA se anunciar como disponível para «fazer parte de um Governo de Transição» de Angola. O presidente Agostinho Neto, segundo a notícia do Diário de Lisboa do dia, acrescentou que «a FNLA e  UNITA também vão fazer parte» desse Governo.
«Os militantes do MPLA vão passar da luta armada para a luta política», disse Agostinho Neto, acrescentando que «ao mesmo tempo se prepara para a integração num exército integrado angolano das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola» - as FAPLA, braço armado do mesmo MPLA.
Daniel Chipenda (Revolta do Leste), o jornalista argelino
Boubakar Adjali Kapiaça e Agostinho Neto (MPLA)

MPLA com sede
em Luanda

O MPLA ia abrir uma sede em Luanda, mas Daniel Chipenda, líder de uma das facções do movimento, «insurgiu-se contra a assinatura do acordo de cessar-fogo entre o MPLA e os portugueses», argumentando que «o dr. Agostinho Neto não tinha o direito de falar em nome de todo o movimento» - o dito MPLA.
Daniel Chipenda falava numa conferência de imprensa em Kinshasa e, de acordo com o Diário de Lisboa de há 43 anos, «avisou as autoridades portuguesas», relativamente a este acordo, que «o cessar-fogo aceite por Agostinho Neto só será respeitado pelas forças que o aceitam como chefe».
Jonas Savimbi, presidente da UNITA

A UNITA de Savimbi e
o Governo Português

O dia foi também tempo para o governador do distrito do Moxico «garantir que não houve colaboração, da  parte da UNITA, com as autoridades portuguesas antes do 25 de Abril».
«Houve , sim, por parte das Forças Armadas e do Governo, tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação que conduzissem a um cessar-fogo», afirmou Ferreira de Macedo, o governador do distrito do Moxico, em declarações ao jornal «A Província de Angola», explicando que as negociações com a UNITA para o cessar fogo «aconteceram depois do 25 de Abril».
A UNITA era presidida por Jonas Malheiros Savimbi e era um dos três movimentos de Libertação de Angola - com o MPLA e a FNLA.

Sem comentários:

Enviar um comentário