3 937 - Mortos e feridos em Luanda, o começo do adeus a Santa Isabel

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel,
na confraternização de 2017, na zona de Leiria

Oficiais Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 em 2016,
todos milicianos: capitão José Paulo Fernandes e alferes
Pedrosa de Oliveira, Carlos Silva, Mário Simões e
 Honório Campos (médico)

O dia 7 de Novembro de 1974 foi tempo de se saber, lá pelo Quitexe, dos incidentes da véspera (desde a tarde) e prolongados pela madrugada dessa 5ª.-feira, em Luanda, de que resultaram 2 mortos (um branco e um negro) e 25 feridos. 
Luanda, de acordo com o Diário de Lisboa de 7 de Dezembro de 1974 e que agora recordamos, «de há 3 dias a estar parte que se viu assaltada por um certo clima de violência, após um longo período de calma» mas depois de

Furriéis milicianos de Santa Isabel: António Fernandes,
Victor Guedes (falecido a 16/04/1998), Ângelo Rabiço,
José Querido e Agostinho Belo, à porta do bar A Cubata

«greves sucessivas», num ambiente de «elevado carácter reivindicativo,  nomeadamente no respeitante a salários».
Outras questões a «justificar» esses incidentes e «ressurgimento de reacções descontroladas» na capital angolana tinham a ver com a (então ainda muito recente) instalação das delegações do Movimento Popular de Libertação de Angola (o MPLA do presidente Agostinho Neto) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (a FNLA de Holden Roberto) e também «a exigência de saneamentos na administração colonial».
Os incidentes decorreram no Bairro Rangel e Avenida do Brasil, motivando a intervenção das Forças Armadas Portuguesas que, reportava o DL de há precisamente 43 anos, «neste momento controlam a situação». 
O restabelecimento da ordem, de resto, e ainda segundo o vespertino de Lisboa, «pertenceu exclusivamente às autoridades portuguesas, não s tendo verificado qualquer intervenção do MPLA ou da FNLA».

A Fazenda Santa Isabel, quartel da 3ª. CCAV. 8423

Santa Isabel no
quase... adeus!

Os Cavaleiros do Norte, por essa altura, vivam um período tranquilo, mantendo, segundo o Livro da Unidade, «a actividade desenvolvida do antecedente».
A excepção era a 3ª. CAV: 8423, a de Santa Isabel, fazenda onde, de acordo com o Livro da Unidade, se «iniciaram os preparativos para o seu movimento para o Quitexe, a realizar no início de Dezembro». Tal como viria a acontecer.
A 3ª. CCAV. 8423, recordemos, foi comandada pelo capitão miliciano José Pau-
lo Fernandes, com o adjunto alferes miliciano Augusto Rodrigues, das Opera-
ções Especiais (Rangers). Outros oficiais eram os também alferes milicianos Carlos Silva, Pedrosa da Oliveira e Mário Simões - atiradores de Cavalaria.
O 1º. sargento era Francisco Marchã, com os furriéis milicianos Reino (Ran-
gers),  Ribeiro, Flora, Fernandes, Ricardo, Carvalho e Graciano, Gordo, Lopes, Querido e Capitão (falecido a 05/01/2010, em Ourém), Lino (mecânico), Guedes (armamento pesado, falecido a 16/04/1998, em Lisboa), Cardoso (TRMS), Belo (vagomestre) e Rabiço (enfermeiro).
Todos eles, gente do alto!

Victor Vicente

Vicente, da 2ª. CCAV.,
67 anos em Lisboa !

O 1º. cabo Vicente, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, está hoje em festa, dia 7 de Novembro de 2017: comemora 67 anos!
Victor Manuel Nunes Vicente foi apontador de morteiros e re-
gressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1974, no final da jornada africana do Uíge angolano. A Vila Flamiano, em Xabregas (na cidade de Lisboa), onde ao tempo residia. Ainda mora na capital, agora na Rua Cesário Verde, para onde vai o nosso abraço de parabéns pela bonita idade que hoje festeja!