domingo, 12 de agosto de 2018

4 225 - Êxodo dos portugueses, 29 mortos e 233 feridos em Luanda!

Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa os alferes milicianos João Machado e
 Domingos Carvalho de Sousa (que hoje festeja 66 anos em Leiria), 1º. sar-
gento Fernando Norte e furriel miliciano Jesuíno Pinto (ambos já falecidos)  
O Diário de Notícias de 12 de Agosto de 1975 noticiou
a barafunda do aeroporto de Lisboa, provocada pelo

êxodo dos portugueses que estavam em Angola


Aos 12 dias de Agosto de 1975 soube-se pela imprensa angolana que, só em Luan-
da e na semana, houve «pelo menos 29 mortos e 233 feridos, entre brancos e negros». 
O Diário de Notícias, matutino de Lisboa (e de que, ao lado,  parcialmente reproduzimos a página 5), noticiava incidentes em vários locais luandinos.
Um grupo de negros, por exemplo e no Bairro do Golfe,  impediu a Cruz Verme-
lha de remover o cadáver de um negro, morto por uma patrulha militar. No Mota, foi incendiada uma residência e apedrejadas viaturas. Civis negros assaltaram e roubaram civis brancos e um soldado, na Estrada da Brigada. 
Os Bairros Rangel e Marçal escaparam aos incidentes mas as forças militares andaram a remover barricadas. Um civil branco armado foi detido, no bairro da Lixeira, depois de fazer vários disparos. Também aqui, um civil negro de um grupo de assaltantes fugiu à perseguição de uma patrulha (abandonando uma pistola) e continuou a remoção de barricadas.
Uma patrulha da PSP foi apedrejada, disparou e deteve 4 elementos de um grupo, entre a Maianga e o Bairro de Alvalade. Um dos detidos era portador de uma bomba.
«Regresso de colonos de Angola e de Moçam-
bique». O acontecimento foi notícia do Diá-
rio de Notícias de 12/08/1975. Há 43 anos!

Êxodo dos portugueses
a fugir da... guerra!!!! 


O aeroporto de  Lisboa registou movimento inusitado, com a chegada de «numerosos portugueses radicados em Angola». E  chegou o navio Infante D. Henrique com«cerca de um milhar de colonos de Moçambique».
O Diário de Lisboa desse 12 de Agosto de 1975 noticiava que «reina a calma na cidade de Luanda, de onde os últimos efectivos da FNLA estavam acantonados no Forte de S. Pedro da Barra, foram já retirados»O forte «foi imediatamente ocupado pela tropa portuguesa»
O MPLA, ainda segundo o DL,«mantém as suas posições na capital», enquanto a UNITA «também já retirou da cidade», ficando apenas um funcionário - que iria para Nova Lisboa.
A este dia 12 de Agosto de há 41 anos previa-se «a evacuação das restantes forças da FNLA». Por via marítima, tinham sido retirados os 500 combatentes do seu  ELNA que participaram nos recontros do Bairro de Saneamento.  
A cidade continuava sem reabastecimentos alimentares (embora sem «atingir o nível de alarme») e faltava café, gasolina e tabaco. Isto, enquanto no sul «a água se torna rara, a carne é difícil de encontrar e o pão inexistente».
Nova Lisboa «assistia» à saída do MPLA, depois do acordo entre os três movi-
mentos, patrocinado pela tropa portuguesa e «depois das violentas confrontações» entre a FNLA e a  UNITA, «havendo grande número de desaparecidos (...) saques e destruição de habitações», que o DL atribuía aos dois movimentos.
A situação era tanto mais grave quanto à cidade afluíam «dezenas de milhares de refugiados diariamente provenientes de outras zonas, aguardando o avião que os repatriará para a metrópole». Até em Sá da Bandeira,«cidade até aqui liberta de quaisquer incidentes armados, se regista um crescente aumento de tensão»Assim a Angola que ia ser independente a 11 de Novemro de 1975
Alferes Domingos
Carvalho Sousa

Alferes Carvalho, 66
anos em Marrazes !

O alferes miliciano Carvalho,  da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Vi-
çosa, está em festa a 12 de Agosto de 2018: comemora 66 anos.
Domingos Carvalho de Sousa foi atirador de Cavalaria e louvado «pela maneira como sempre soube cumprir toda as missões que lhe foram solicitadas (...),  quer no comando do seu grupo de combate, quer em outras situações em que foi necessária a sua ajuda e trabalho».
O louvor considera que foi «disciplinado, cumpridor, tirando partido o sue espírito alegre, sabendo transmitir estes predicados aos seus subordinados e restante pessoal da sua subunidade», concluindo que isso «muito contribuiu para facilitar a acção de comando em que se enquadrava».
Regressou a Marrazes, em Leiria, trabalhou na área comercial e, agora já aposentado, por lá mora e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

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