A cimeira do Alvor continuou a 12 de Janeiro de 1975 e, a meio da tarde desse sábado de há 44 anos, o ministro An-
tónio Almeida Santos falou de «três ou quatro pontos quentes, nomeadamente os problemas da constituição e chefia do Governo Provisório e da organização da Forças Armadas com o Movimentos, em colaboração com mas portuguesas e o respectivo comando».
Outra questão era «o tempo de perma-
nência das forças militares portuguesas em território angolano». Os movimentos defendiam que fosse até 4 meses antes da data da independência, enquanto a delegação portuguesa propunha, e citamos o Diário de Lisboa desse tempo, «a presença das forças portuguesas até ao próprio dia da mudança de sobera-
nia». Assim viria a ser, a 11 de Novembro de 1975!
A proposta da delegação portuguesa justificava-se na «necessidade um Go-
verno Transitório equilibrado e susceptível de poder preparar o terreno para uma independência pacífica e total». A de Angola!
A formação e chefia do Governo era outro dos pontos quentes: Portugal queria 16 ministérios, quatro para cada parte - Portugal, MPLA, FNLA e UNITA. Os movimentos sugeriam dois para Portugal e 5 para cada um deles. Seriam 17. Viria a ser aprovada a proposta portuguesa.
Capa do jornal A Província de Angola, que então se publicava em Luanda. É o actual Jornal de Angola |
Cavaleiros do Norte
no Uíge angolano !
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 enquanto isso, e informados sobre a Cimeira principalmen-
te pela onda curta da Emissora Nacional (a actual RDP), ou pela imprensa angolana, continuavam muito, muito expectantes sobre tudo o que se passava no algarvio Alvor.
O general Costa Gomes, Presidente da República, comentou a 12 de Janeiro de 1975, hoje se passam 44 anos, que «a independência ocorrerá ainda este ano», tendo sido indicado o dia 11 de Novembro como «data segura», ainda que sem confirmação oficial.
O comunicado oficial sublinhava terem-se dado «progressos substanciais, tendo-se obtido acordo em relação a pontos fundamentais, nomeadamente no que se refere ao estabelecimento das estruturas governamentais de Angola».
Alferes Carlos João Sampaio em 1974 |
Alferes CJ Sampaio em Zalala (1974) |
Sampaio, alferes de Zalala,
67 anos na C. Caparica !
O alferes miliciano Carlos João da Costa Sam-
paio, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, festeja 67 anos a 15 de Janeiro de 2019.
Atirador de Cavalaria, comandou o 2º. Grupo de Combate dos «zalalas», com os furriéis Eusébio Martins, Mota Viana (depois João Rito) e Plácido Queirós, e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se na Rua 5 de Outubro, em Lisboa. Mais tarde, mudou-se para Benfica e, de acordo com o furriel João Dias, morará actual-
mente na Costa de Caparica. Para ele vai o nosso abraço de parabéns!
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