domingo, 13 de janeiro de 2019

4 348 - Costa Gomes anuncia independência de Angola para 1975!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, mas neste tempo já em Vistas Alegre, em passeio
às quedas do Duque de Bragança. De pé, Almiro Maciel, furriel João Dias, alferes Lains dos Santos,
furriel Évora Soares, 1º. cabo Carlos Carvalho e António Lopes (Agra, o Famalicão). Em baixo,
Carlos Costa e Fernando Silva (Mamarracho) 
Os 1ºs. cabos João Monteiro (Gasolinas) e Manuel
Marques (Carpinteiro), que nasceu a 15 de Janeiro
de 1952 e faleceu a 1 de Novembro de 2011, de doença
e em Ovar. Aqui, em 1975 e na parada do BC12,
em Carmona

O dia 13 de Janeiro de 1975 foi o tempo de, na Cimeira do Alvor, se chegarem a «progressos substanciais» nas nego-
ciações entre o Governo de Portugal e os movimentos de libertação - FNLA, FNLA e UNITA -, quando ao processo de descolonização de Angola. Nomeadamente, e citamos o Diário de Lisboa desse dia de há 44 anos, «o acordo em relação a pontos fundamen-
tais, no que se refere ao estabelecimen-
to das estruturas governamentais». As de Angola, bem entendido.


Almeida Santos, Rosa Coutinho, Presidente
Costa Gomes e Melo Antunes
Presidente Costa Gomes 
anuncia independência

O jornal diário vespertino da capital portuguesa adiantava mesmo que o desenvolvimento das negociações apontava mesmo para «uma solução mais rápida do que a prevista ainda esta manhã». E Costa Gomes, o Presidente da República Portuguesa, confirmou, em decla-
rações aos jornalistas, que «a independência ocorrerá este ano». Ainda sem confirmação oficial, era apontado dia 11 de Novembro. Data que, como sabemos, se veio a confirmar - embora com três declarações de independência: a do MPLA, em Luanda (que «vingou»), a da FNLA e a da UNITA. O acordo do Alvor tinha sido «rasgado» e as armas, in-
lizmente, substituíram a política. 
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá pelo Uíge angolano, continuavam as suas missões habituais mas naturalmente atentos, o mais que podiam, ao que se passava na Cimeira. Do que ela resultasse, modificaria o destino próximo da sua jornada africana, que já ia no seu oitavo mês e numa altura em que pelas bandas uíjanas cada vez mais se murmurava a hipótese de mais uma rotação. O que era muito bom sinal! 
Manuel A. Marques
nos anos 2000, já civil
O 1º. cabo M.
Marques (1975)

Marques, o 1º. cabo Carpinteiro
 faria 67 anos e faleceu em 2011!

O 1º. cabo Manuel Augusto da Silva Marques, Ca-
valeiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, faria 67 anos a 15 de Janeiro de 2019. Faleceu a 1 de Novembro de 2011.
Popularizado como Carpinteiro, a sua especialidade militar, foi louvado pelo capitão António Oliveira, comandante da CCS, nomeadamente por «se ter manifestado ser um militar muito trabalhador» nas tarefas da sua especialidade,  realçando-se também «a sua colaboração nos serviços da cozinha aquando ao apoio aos refugiados de Carmona, em que dia e noite ali permaneceu, ajudando os cozinheiros a orientar e atender o grande número de crianças e senhoras à hora das refeições servidas no quartel». Por outro lado, refere o louvor publicado na ordem de serviço nº. 170, «não deixando também de emprestar o seu esforços a quaisquer outras missões que lhe fossem solicitadas».
O Carpinteiro faleceu, de doença súbita, a 1 de Novembro de 2011, no final das cerimónias religiosas do dia e quando, estando com esposa, abria a porta da sua residência de Esmoriz, em Ovar, aonde regressou no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua e nossa jornada africana de Angola.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!  

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