O dia 13 de Janeiro de 1975 foi o tempo de, na Cimeira do Alvor, se chegarem a «progressos substanciais» nas nego-
ciações entre o Governo de Portugal e os movimentos de libertação - FNLA, FNLA e UNITA -, quando ao processo de descolonização de Angola. Nomeadamente, e citamos o Diário de Lisboa desse dia de há 44 anos, «o acordo em relação a pontos fundamen-
tais, no que se refere ao estabelecimen-
to das estruturas governamentais». As de Angola, bem entendido.
Almeida Santos, Rosa Coutinho, Presidente Costa Gomes e Melo Antunes |
anuncia independência
O jornal diário vespertino da capital portuguesa adiantava mesmo que o desenvolvimento das negociações apontava mesmo para «uma solução mais rápida do que a prevista ainda esta manhã». E Costa Gomes, o Presidente da República Portuguesa, confirmou, em decla-
rações aos jornalistas, que «a independência ocorrerá este ano». Ainda sem confirmação oficial, era apontado dia 11 de Novembro. Data que, como sabemos, se veio a confirmar - embora com três declarações de independência: a do MPLA, em Luanda (que «vingou»), a da FNLA e a da UNITA. O acordo do Alvor tinha sido «rasgado» e as armas, in-
lizmente, substituíram a política.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá pelo Uíge angolano, continuavam as suas missões habituais mas naturalmente atentos, o mais que podiam, ao que se passava na Cimeira. Do que ela resultasse, modificaria o destino próximo da sua jornada africana, que já ia no seu oitavo mês e numa altura em que pelas bandas uíjanas cada vez mais se murmurava a hipótese de mais uma rotação. O que era muito bom sinal!
Manuel A. Marques nos anos 2000, já civil |
O 1º. cabo M. Marques (1975) |
Marques, o 1º. cabo Carpinteiro
faria 67 anos e faleceu em 2011!
O 1º. cabo Manuel Augusto da Silva Marques, Ca-
valeiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, faria 67 anos a 15 de Janeiro de 2019. Faleceu a 1 de Novembro de 2011.
Popularizado como Carpinteiro, a sua especialidade militar, foi louvado pelo capitão António Oliveira, comandante da CCS, nomeadamente por «se ter manifestado ser um militar muito trabalhador» nas tarefas da sua especialidade, realçando-se também «a sua colaboração nos serviços da cozinha aquando ao apoio aos refugiados de Carmona, em que dia e noite ali permaneceu, ajudando os cozinheiros a orientar e atender o grande número de crianças e senhoras à hora das refeições servidas no quartel». Por outro lado, refere o louvor publicado na ordem de serviço nº. 170, «não deixando também de emprestar o seu esforços a quaisquer outras missões que lhe fossem solicitadas».
O Carpinteiro faleceu, de doença súbita, a 1 de Novembro de 2011, no final das cerimónias religiosas do dia e quando, estando com esposa, abria a porta da sua residência de Esmoriz, em Ovar, aonde regressou no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua e nossa jornada africana de Angola.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!
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