Apoiantes e militares da FNLA foram à abertura da Delegação de Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975. Há 44 anos! Fotos do furriel António Letras |
O evento assinalou a abertura da sua Delegação local, mas o MPLA também quis fazer um comício, conjunto, os dirigentes dois dois movimentos não se entenderam e a situação obrigou à intervenção da 2ª. CCAV. dos Cavaleiros do Norte, que ali jornadeava na sua missão angolana.
«Não se entendenram, o que deu origem à intercenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu», relata o livro «História da Unidade».
As várias escaramuças que então se verificaram nas ruas da vila uíjana não resultaram, porém, em quaisquer problemas físicos, sen sangue derramado, e, é justo dizê-lo, a diplomacia militar prevaleceu, em vez da «voz» das armas - vamos crer que em honra do processo de descolonização que estava em curso e a dar os primeiros passos.
Foi, de todo o modo, um primeiro teste aos Cavaleiros do Nort e uma amostra dos tempos que viriam, semeados de diferenças entre os movimentos e que, tragicamente, tantos lutos viriam a multiplicar na terra angolana!
Capitães José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV. e 3ª. CCAV. , aqui com o alferes João Machado (2ª. CCAV.). Todos milicianos |
Actividade política
dos movimentos
Os movimentos de libertação, por esse tem-
po, «continuavam as suas actividades políticas» na zona de acção do BCAV. 8423 (como noutras, por todo o território angolano) mas enquanto «a área do Quitexe é quase na íntegra da FNLA», acontecia que em Aldeia Viçosa (onde estava a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz) e Vista Alegre (sede da 1ª. CCAV. 8423, do capitão miliciano Davide Castro Dias e que estivera na Fazenda Zalala e agora também em Ponte do Dange) «se verifica uma mesclagem deste movimento com o MPLA», o que, sublinha o Livro da Unidade, «tem dado azo a situações de atrito entre eles».
«A mais grave terá sido a 26 de Janeiro, aquando a abertura da Delegação da FNLA em Aldeia Viçosa, aonde os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram o entendimento», lê-se no Livro da Unidade, referindo os incidentes de há 44 anos.
Hendrick Vaal Neto, coman- dante da FNLA |
António Cardoso, o jornalista raptado (camisa às riscas) |
assaltada pela FNLA
O mesmo dia de domingo, aos 26 de Janeiro de 1975, mas em Luanda, a cidade capital, foi tempo de, ao princípio da noite, uma força da FNLA invadir os estúdios da Emis-
sora Oficial de Angola (EOA), «paralisando-a, após a destruição de algum material e agressão ao locutor de serviço».
A força militar do movimento de Holden Roberto era comandada por Hendrick Vaal Neto e, segundo o Diário de Lisboa, agiu como «represália pela suspen-
são da leitura, na rádio, de um comunicado da FNLA, onde se faziam graves acusações ao Governo Provisório e à Junta Governativa».
A decisão de «proibir a leitura» fora da responsabilidade do comandante Cor-
reia Jesuíno, que era o Secretário de Estado da Comunicação Social de An-
gola, e foi «secundada pelos trabalhadores da Emissora».
Durante a madrugada desse mesmo domingo, «tinha sido raptado de sua ca-
sa» o subchefe de redacção da EOA, o jornalista António Cardoso, que era «militante do MPLA» e se encontrava «em local desconhecido».
O problema só no dia seguinte seria resolvido.
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