quarta-feira, 27 de março de 2019

4 424 - Comandante no Quitexe, 50 fuzilamentos e ameaça de guerra civil!

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 em visita de trabalho de manutenção de material, ambos mili-
cianos: o furriel Manuel Machado e alferes António Albano Cruz. Quem conhece o militar à direita?
O alferes miliciano António Albano Cruz e o 1º cabo
escriturário Jacinto Diogo, da ZMN, em Carmona

O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se ao Quitexe no dia 17 de Março de 1975, com o capitão José Diogo Themudo, dias antes chegado a Carmona e 2º. comandante dos Cavaleiros do Norte.
A CCS  e um grupo de combate da 2ª. CCAV. 8423 tinham saído do Quitexe e Aldeia Viçosa a 2 de Março de 1975 e a restante 2ª. CCAV. rodou até ao dia 11, na altura formando o grande (que 
O capitão José Paulo Fernandes, co-
mandante da 3ª. CCAV. 8423 (à di-
reita)  o 1º. sargento F. Marchã
era pequenino) corpo militar português na cidade capital do Uíge, aquartelado no BC12.
A Zona Militar Norte (ZMN) e o Comando do Sector do Uíge (CSU) estavam instalados no edifício da praça principal da cidade - onde também estavam os CTT, o Tribunal Judicial e a Câmara Municipal -, mas eram, como de depreende, unidades de serviços administrativos militares.
Coincidência, ou não, 45 anos depois, dois Cavaleiros do Norte acharam-se agora na Quarteira, no Algarve do nosso turismo: o alferes miliciano António Albano Cruz, da CCS do BCAV. 8423, e o 1º. cabo escriturário Jacinto Diogo, da ZMN.
O Jacinto é proprietário do conhecidíssimo restaurante O Jacinto, na avenida Sá Carneiro (na Quarteira), e o alferes António Albano Cruz veio dar aval ao seu serviço. «Recomenda-se pela qualidade da comida e simpatia do nosso companheiro de armas, o Jacinto do Comando do Sector, em Carmona». Está dito e por quem sabe.
O Diário de Lisboa
de há 44 anos!

Situação tensa,  50 fuzilamentos
e ameaça de guerra civil !

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estavam em Carmona, há 44 anos, assim como no Quitexe e Vista Alegre/Ponte do Dange, onde tudo, apesar de tudo, decorria normalmente.
O mesmo não acontecia em Luanda, a capital de Angola e onde era latente «a ameaça de guerra civil» como de se podia ler na primeira página do Diário de Lisboa de 27 de Março de 1975.
«Continua tensa a situação», noticiava o jornal vespertino de Lisboa, acres-
centando que «ontem, Luanda viveu momentos dramáticos» e que «soldados da FNLA fuzilaram 50 guerrilheiros do MPLA, numa estrada próxima da capital, desarmados e quando regressavam de um centro de instrução militar». Por outro lado, «pioneiros do MPLA foram massacrados e dois deles enforcados».
«A matança foi feita com requintes de crueldade», noticiava o DL, numa altura em que, frisava o jornal, «a cidade do asfalto parece imune aos acontecimen-
tos, uma vez que as tropas da FNLA poupam os cidadãos brancos».
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá pelas bandas do Uíge do norte de Angola, continuavam a controlar os acontecimentos, mas sempre atentos ao que de mau poderia acontecer. Nunca se sabia! 

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