terça-feira, 14 de maio de 2019

4 421 - A Cimeira angolana, incidentes em Luanda, calma em Carmona!

Grupo de Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe. De pé, Madaleno, Moreira (?), furriéis Mosteias e Neto,
1º. cabo Gomes, furriel J. Pires (TRMS, de boina), 1º. cabo Florindo, furriéis Rocha e C. Pires (sapador),
1º.s cabos Soares (de braçadeira), Almeida e Oliveira, Felicíssimo, NN e NN. Depois, 1º. cabo Tomás, NN
(sapador), 1º. cabo Pais, furriel Cruz, Silva, Cabrita, 1º. cabo Emanuel, Soares e 1ºs. cabos Vicente e Hipó-
lito. À frente e sentados, Zambujo, Costa, 1º. cabo Coelho (Buraquinho, de calções) e 1º. cabo Jorge Silva  
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de
 Zalala: José Borges Martins e Tarciso Rebelo
BCAV. 8423

As notícias de há 45 anos, so-
bre a Angola para onde os Ca-
valeiros do Norte iriam partir dentro de duas semanas, ti-
nham a ver com as negociações que, em Luanda, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal teve com os representantes de MPLA, FNLA e UNITA no Governo de Transição.
O objectivo era «encontrar uma solução para o problema de Angola» e Melo Antunes, o major que titulava a pasta do MNE, reuniu também com Agostinho Neto e Jonas Savimbi, respectivamente presidentes do MPLA e UNITA. Isto, num tempo em que se preparava uma cimeira entre os três movi-
mentos de libertação. Cimeira que, segundo o «unitista» Jonas Savimbi, não teria necessariamente a participação de Portugal. 
«Teremos de examinar os problemas tipicamente angolanos. Não julgo, salvo talvez em caso de malogro, que os acordos do Alvor possam ser postos em questão», explicou Jonas Savimbi.
Os Cavaleiros do Norte continuavam no Uíge, em tempos de paz e serenidade, mas multiplicada atenção. Eram conhecidas diferenças entre os movimentos de libertação e, «a bem ou a mal», o Uíge era terra de predomínio da FNLA e, por isso, reporta o livro «História da Unidade», «não será bem aceite no seu solo qualquer outra acção política, donde resultam permanentes quezílias entre movimentos, as quais  dia a adia vão tendendo a aumentar».
Notícia do Diário de Lisboa
de 14 de Maio de 1975

800 refugiados
chegaram a Lisboa

Um ano depois, dia 14 de Maio de há 44 anos, foi tempo, também, para a chegada de cerca de 800 refugiados a Lisboa, vindos de Angola.
«Abandonaram Angola após os últimos acontecimentos de Luanda», reportava o Diário de Lisboa de 14 de Maio de 1974, precisando que «Luanda continua a  viver num clima de tensão, sobretudo nos bairros subur-
banos, embora nos últimos dias não se tenham verificado mais incidentes».
As notícias do dia davam conta, mesmo assim, de continuarem a registar-se «alguns incidentes, embora de pouca gravidade» entre homens do MPLA e da FNLA e o Diário de Lisboa noticiava que «a situação em Nova Lisboa está normalizada» - depois de 4 mortos do MPLA e 14 da FNLA.
A esposa de José Louro
e o filho em 1975, estava
ele em Angola
José Louro, 1º.
cabo sapador

Louro, 1º. cabo da CCS, faria

67 anos ! Morreu em 2008!

O 1º. cabo Louro, sapador da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe, faria 67 anos a 14 de Maio de 2019. Faleceu, de suicídio, há 11 anos.
José Adriano Nunes Louro era sapador de espe-
cialidade e natural de Casal do Pinheiro, povoa-
ção da freguesia de Casais, no município de Tomar. E lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana de Angola, por terras do Uíge. 
Uma doença cancerosa «roubou-lhe» a esposa e ele mesmo, pouco tempo depois - a 23 de Julho de 2008 -, de desgosto e com a mesma do-
ença igualmente incurável (que entretanto lhe foi diagnosticada) optou pelo suicídio. Explicou a dramática decisão num corajoso documento escrito, que nos foi contado pelo filho: «Para não sofrer, nem fazer sofrer a família».
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

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