sábado, 4 de maio de 2019

4 461 - BCAV. 8423 no IAO e soldados a recusarem-se embarcar para Angola!

Grupo de Cavaleiros do Norte na messe de sargentos do Quitexe, todos furriéis milicianos, menos as
 excepções indicadas: Flora, Lage (soldado do bar), 1º. cabo Almeida (cozinheiro), Cardoso e, mais à di-
reita, Luís Capitão (falecido a 5/01/2010, de doença e em Ourém). Ao centro, Carvalho, Reino e Costa
(morteiros).  Mais à frente, Fonseca e Bento. A seguir e ainda mais à frente, Rocha e Grenha Lopes
Quarteto de Cavaleiros do Norte da 2ª-. CCAV. 8423,
na operação «Água para o Quatel», em Aldeia Viçosa

O jornal «Expresso» de 4 de Maio de 1974, há precisamente 45 anos, noti-
ciava a «apreensão e alarme» que se vivia em Luanda. 
«Na verdade, tudo parece sugerir que o Movimento das Forças Armadas não estendeu a Angola a sua acção demo-
cratizante e que, ali, o fascismo ainda não morreu», sublinhava o jornal di-
rigido por Francisco Pinto Balsemão.
A notícia do Expresso
de há 45 anos
O semanário de Lisboa falava de «panfletos provoca-
tórios, convocando manifestações (táctica conhecida da PIDE/DGS) para as ruas de Luanda» que apareciam nas ruas de Luanda, que «a PSP reprime, armada de casse-
tetes, num contraste brutal da euforia que se vive em Portugal e em Moçambique».
Os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, nesse sábado de há 45 anos, entravam no seu segundo dia do IAO e estavam cada vez mais expectantes quanto ao que se passava em Angola - que era o seu destino imediatamente próximo. Na verdade e reportando o livro «História da Unidade», com «datas de embarque marcadas para  fins de Maio e princípios de Junho». nE assim viria a ser.
Alferes Manuel
Meneses Alves

Soldados do BCAÇ. 4519
não embarcaram para Angola !

O dia foi assinalado pelo recusa de um grupo de soldados do BCAÇ. 4519 de embarcarem para Angola, no seguimento de uma manifestação de familiares e activistas do MRPP aos gritos de ordem «Nem mais um embarque».
Palavra de ordem já gritada nas manifestações do 1º. de Maio, poucos dias antes!
O Diário de Lisboa, que reportava o acontecimento, e que citamos, noticiava que «os soldados que não embarcaram poderiam ser 10 ou 52, dois dos quais da Força Aérea», mas viria a confirmação oficial: seriam 10.
A partida era para Cabinda e a manifestação foi assistida pelo general António Spínola, que fora à Base Aérea para se despedir dos militares e ouviu, tam-
bém, a vontade deles e dos manifestantes em ser posto fim à guerra.
O BCAÇ. 4519 era comandado pelo tenente-coronel José Bernardo Aragão Teixeira e um dos seus alferes milicianos era Manuel Meneses Alves, da sua CCS e que, em Fevereiro de 1975, iria reforçar a 2ª. CCAV. 8423, ido de Cabin-
da. Faleceu, de doença e 15 de Maio de 2013, em Cortes (Leiria). RIP!!!
Carlos Lages

Lages e 1º. cabo Rocha
na Cardiologia de Tomar

Os futuros Cavaleiros do Norte Lages e Rocha, do BCAV. 8423, baixaram ao Hospital Militar Regional nº. 3, em Tomar, a 3 de Maio de 1974 e para consultas externas de cardiologia.
Carlos Alberto Aguiar Lages era atirador de Cavalaria do PELREC da CCS, a Companhia do Quitexe, e voltou ao RC4 no mesmo dia. Viria a ser, já em Angola, o impedido do bar de sargentos. Era natural e mora em Lisboa.
Rui  Manuel Duarte Rocha era 1º. cabo condutor auto-rodas e pertencia à 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Voltou ao RC4 no dia 6. Morava em S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, e lá regressou a 10 de Setembro de 1075. Nada mais sabemos dele.

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