terça-feira, 6 de agosto de 2019

4 773 - Chegada ao Grafanil da coluna de Carmona: 570 quilómetros em 58,45 horas!

Almeida e Brito comandou a épica coluna que, de 4 a 6 de Agosto de 1975, rodou de Carmona para Luanda. 
A imagem mostra, com ele, quadros da 2^ª. CCAV. 8423 que, com a 3ª. CCAV. 8423, uma Companhia de
Comandos e outra de Pára-Quedistas, foram a segurança dessa operação de evacuação: furriel José Melo,
 alferes Jorge Capela e João Machado, tenente-coronel Almeida e Brito e capitão José Manuel Cruz,
comandante da 2ª. CCAV. 8423
O capitão miliciano José Paulo Fernandes,
 comandante da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa
 Isabel, que integrou a coluna e Carmona
para Luanda- Há 44 anos!
Comunicado da 5ª.
Divisão do EMGFA

A coluna do BCAV. 8423 chegou ao Grafanil às 12,45 horas de 6 de Agosto de 1975. Há 44 anos!
«Terminou assim a odisseia de milhares de civis que, à chegada a Luanda, choravam por se sentirem salvos», reporta o livro «História da Unidade».
O dia começou bem cedo, era quarta-feira e já o terceiro da epopeica coluna de Carmona para Luanda. Após uma «nova interrupção de marcha», depois do Dondo, registou-se novo arranque às 7 horas, quando, finalmente, e definitivamente, «foi retomada»Luanda estava a 174 quilómetros.
Recapitulemos, textualmente, o livro «História da Unidade»:
«A coluna, às 10,20 horas, foi sobrevoada por dois aviões Fiat e um heli, com uma reportagem da BBC, para passara Catete ás 11 horas e começar a chegar ao Grafanil às 12 horas, aqui com o tempo de escoamento de 45 minutos.
Terminou assim, ás 12,4 horas de 6 de Agosto de 1975 o movimento do BCAV. 8423 de Carmona para Luanda, nos 570 quilómetros de itinerário e no tempo de 58,45 horas, trazendo consigo cerca de 700 a 800 viaturas».
Um comunicado da 5ª. Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas dessa data referiu-se à saída das NT, no dia 4 desse Agosto de 1975. 
«Como é habitual, grande parte da população acompanha a tropa portuguesa. A coluna, constituída por centenas de viaturas, que se estende por vários quilómetros, saiu ontem de Carmona e Negage», reportava o comunicado da 5ª. Divisão do EMGFA (ver imagem). 
A imprensa de Luanda reportou
a chegada dos Cavaleiros do
Norte a Luanda. Há 44 anos!


Centenas de viaturas e
milhares de desalojados !

A imprensa escrita de Luanda, no dia seguinte, deu conta da chegada dos Cavaleiros do Norte ao Grafanil, a poucos quilómetros de Luanda.
«Centenas de viaturas e milhares de desalojados vindos do Uíge», titulava um dos jornais diários de Luanda. 
«Rostos cansados, mas com um sorriso de alívio, era o quadro representativo dos que esperam na capital a oportunidade de embarcar para Portugal», reportava o jornal, como se pode ver na imagem, acrescentando que era «gente de todas as condições sociais, de todas as idades».
«Muitos apenas traziam uma mala de roupa e a vontade de partir, o mais rápido possível. Semblantes que, embora pensativos, conseguiam sorrir», precisava o jornal - cujo recorte nos foi agora facilitada pelo 1º. cabo Jorge Silva, das TRMS da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. 
Quanto aos Cavaleiros do Norte, considerando que esta «teria sido a missão mais difícil», acrescentaram no HdU que foi também «aquela em que bem demonstrou o seu «querer e saber querer», conduzindo uma operação que forçosamente terá de ser um pilar bem marcante da sua história».
Sem dúvidas!
Adão Correia, 1º.
cano da 1ª. CCAV.

Adão, 1º. cabo de Zalala,
faleceu há 10 anos !

O 1º. cabo Adão, da 1ª. CCAV. 8423, da Fazenda Zalala, faleceu há precisamente 10 anos, vítima de doença, em Lousada.
Adão Luís  Correia de Morais, de seu nome completo e atirador de Cavalaria de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 e fixou-se no lugar de Bolas de Cima, freguesia de Ordem, no concelho de Lousada (Porto).
Por lá fez a sua vida e lá ainda festejou os 57 anos, a 10 de Abril de 2009, fale-
cendo poucos meses depois - a 7 de Agosto desse ano, vítima de doença. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!  

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