segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 na epopeica coluna militar que há 44 anos saiu de Carmona,
actual cidade do Uíge (e capital da província deste nome) para Luanda, com 700 viaturas e centenas
(ou milhares?) de civis
Coluna parada em Salazar, a 5 de Agosto de 1975,  e
 militares dos Cavaleiros do Norte a ajudarem civis

O segundo dia da epopeica coluna de Carmona para Luanda, diaa 5 de Agosto de 1975 e «com cerca de 700 viatura, começou bem cedo para os Cavaleiros do Norte das 2ª. CCAV. e 3ª. CCAV., mais a Companhia de Comandos e a de Pára-Quedistas.
«A guerra psicológica travada no Negage fora esgotante para os nervos, mas estavam vencidas as primeiras grandes dificuldades»,reporta o livro «História da Unidade, referindo-se também à partida de Samba Caju, onde a coluna pernoitou e de onde saiu pelas 6,30 horas da manhã desse dia de há 44 anos. 
Uma hora depois, na longa estrada para Luanda, a coluna atingiu o controlo de dita Samba Caju, onde, recapitulamos da HdU, «surgiram novas dificuldades, novamente torneadas mas que conduziria a que só pelas 8,30 horas de retomasse a marcha».
Dificuldades «impostas» pela FNLA, que não queria deixar sair os civis do Uíge e muito menos que, na sua suposição, os Cavaleiros do Norte fossem «reforçar» a área dominada pelo MPLA - na qual iria entrar. Muito valeu, na altura, a competência militar do comandante Almeida e Brito e a sapiência diplomática de Daniel Chipenda, alto dirigente da FNLA.
Um dos helicópteros de apoio á coluna dos
Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
Foto do furriel Agostinho Belo

Helicóptero alvejado e
viaturas abandonadas

Vila Flor foi passada por volta das 11 horas desse 5 de Agosto de 1975 e ali mais viaturas se juntaram à imensa coluna que na véspera saíra de Carmona, ainda em terra da FNLA. Logo depois, citamos do HdU, «entrou-se em «terra de ninguém», até que, por volta das 13 horas, se fez nova paragem para juntar todas as viaturas e refazer a coluna». 
«Ia-se entrar na terra do MPLA, havia que reconhecer o itinerário e, para tal, recorreu-se aos helis que, em Salazar, estavam à espera da coluna», reporta o HdU, acrescentado que «feito o reconhecimento aéreo, em que um heli foi alvejado, contactou-se o MPLA, via terrestre, por volta das 13,30 horas».
Atravessou-se Lucala, por volta das 14 horas, e aqui se abandonou mais uma viatura. Por Salazar, actual N´Dalatando, passou-se pelas 16 horas e a cidade «demorou a atravessar cerca de 4 horas», já que tiveram de se resolver «diversas avarias». E mais uma viatura foi abandonada.
A coluna incorporou, então, uma Companhia de Comandos Pára-Quedistas que «estava de reserva no Comando Territorial de Salazar», e passou-se pelo Dondo por volta das 23 horas, seguindo-se nova interrupção de marcha.
A coluna, ao fim de dois dias de marcha, estava a 174 quilómetros de Luanda. Tinha percorrido cerca de 350 quilómetros, que agora se fazem em tempo parecido com 4,30 horas.
António Rocha

Rocha, 1º. cabo enfermeiro 
da 2ª. CCAV., faria 68 anos!

O 1º. cabo António Gomes da Rocha, da 2ª. CCAV. 8423, faria 68 anos a 5 de Agosto de 2019. Faleceu em 2016.
Cavaleiro do Norte enfermeiro de especialidade, de Aldeia Viçosa e depois também de Carmona, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar e à sua residência de Ribeiro, povoação da freguesia de Milhundos, em Penafiel. Por lá fez a sua vida familiar e profissional, sempre participando os encontros anuais dos Cavaleiros do Norte do capitão miliciano José Manuel Cruz.
A morte surpreendeu-o, por doença, a 9 de Maio de 2016 e hoje o recordamos com saudade este bom companheiro da jornada angolana do Uíge. RIP!!!

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