quarta-feira, 1 de abril de 2020

5 013 - Férias em Luanda e FNLA a acusar Forças Armadas Portuguesas!

A baía de Luanda, no dia 9 de Outubro de 2019, véspera do regresso do furriel Viegas da sua viagem
de saudade e memória da nossa jornada africana do Uíge angolano. Tirada da Fortaleza de S. Miguel,
 depois de 18 dias de fartas emoções pelos chãos de Angola!
A baía e marginal de Luanda, capital de Angola,
 antes de 1975, no tempo da colonização portuguesa 

Da 1 de Abril de 1975, 
dia das mentiras!!!
A verdade angolana desse dia, porém e por bem, era que Luanda se mostrava abertíssima aos nossos olhos e apetites, quando lá chegámos, furriéis milicianos dos Cavaleiros do Norte  da CCS do BCAV. 8423 (eu, Viegas, e o Cruz), por agora se passam 45 anos. 
Estávamos de férias militares, com Carmona e o Uíge para «trás das costas», e os nossos previsíveis constrangimentos, face à situação de (in)segurança, depressa foram (presumidamente) desanuviados pelo meu amigo Albano Resende, conterrâneo e contemporâneo que por lá fazia vida. 
«Podem andar à vontade, os problemas, as macas são fora da cidade...», disse-nos ele, galgando a Ferreira de Almeida, no seu Toyota azul claro, galgando a Mutamba, para a baixe direitinhos à Portugália - para uma «peregrinação» que nos levaria a outros míticos locais do culto militar desses tempos de há 45 anos - a Paris Versailles, o Amazonas, o Pólo Norte, o Diamante Vermelho, a ilha..., a Barracuda!!!
Foto-legenda do Diário de
Lisboa de 1 de Abril de 1975

FNLA a acusar o
Exército Português

Não era bem assim! Só! Não era só este «bem-bom» diário. 
A imprensa da cidade debitava alertas. Citando de memória, recordo um título: «A FNLA acusa das Forças Armadas Portuguesas». Mais grave ainda, o jornal «Liberdade e Terra», um diário do movimento de Holden Roberto, denunciava o Exército Português por, no Ambriz, ter impedido uma sua coluna de marchar para Luanda. E dizia que as FAP eram as mesmas que tinham sido «o suporte de 48 anos de fascismo e 14 de guerra colonial». 
O movimento de Agostinho Neto, de seu lado e conforme legenda da foto que aqui se vê, do Diário de Lisboa,  fazia mostrar «um soldado do MPLA a festejar a vitória sobre os sucessivos ataques das forças armadas da FNLA». O DL de 1 de Abril de 1975 reportava que, durante uma semana, «o ELNA tentou, em vão, ocupar as bases militares e as delegações do MPLA na região de Luanda». 
O ELNA era o Exército Nacional de Libertação de Angola, braço armado da FNLA - que veladamente, no seu jornal diário, criticava as Forças Armadas Portuguesas. Na véspera, registara-se novo tiroteio na Avenida do Brasil e a FNLA prendera Couto Cabral, director dos Serviços de Informação - libertado hora e meia depois. 
A verdade, porém - a nossa verdade ocular e emocional... - é que víamos (e vivíamos) uma cidade tranquila, com os jovens a dirigirem-se para as escolas, as lojas abertas, as esplanadas e restaurantes cheios, as salas de cinemas a rebentarem de gente, a libidinosa noite luandina a chamar-nos para os prazeres e os cios da alma e do corpo! Uma «vida airada...» que saudosamente recordamos!
Os furriéis José Oliveira e Viegas, com
 o condutor Nogueira da Costa, da
CCAÇ. 209/TI 21, a do Liberato

Oliveira, furriel do Liberato,
69 anos em Águeda !

O furriel miliciano José Marques de Oliveira, 
da CCAÇ. 209/RI 21, está em festa de anos: comemora 69 a 1 de Abril de 2020. 
Vagomestre de especialidade militar e natural do Caramulo, foi mobilizado em rendição individual e lá integrou uma companhia maioritariamente de angolanos, no Liberato e comandada pelo capitão miliciano Victor Correia de Almeida.
O furriel Oliveira regressou a Portugal nas vésperas do Natal de 1974 e fez carreira profissional na Caixa Geral de Depósitos, de que é agora aposentado, há muitos anos morando na cidade de Águeda - onde já tinha estudado. Para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
J. O. Sousa

Jerónimo, sapador da CCS,
68 anos em Cinfães !

O soldado sapador Jerónimo de Oliveira Sousa, do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 1 de Abril de 2020.
Cavaleiro do Norte da CCS e do pelotão comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se no seu natal lugar de Chousas, da freguesia de Souselo, em Cinfães.
Sabemos que trabalha(ou) na área da construção civil e que por lá continua a viver. 
Os nossos abraço parabéns!  

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