quinta-feira, 25 de junho de 2020

5 099 - A (não) formação da 1ª Companhia de Forças Militares Mistas de Angola!

Grupo de angolanos, antigos combatentes da FNLA e da UNITA na parada do BC12, em Carmona, há 45
 anos e preparando a formação da 1ª. Companhia de Forças Militares Mistas (1ª. FMM) - Companhia 
que nunca se chegou a constituir, por consequência da evolução política angolana
O furriel Viegas e o engº. Eugénio Silva, a
25 de Setembro de 2019 e em Luanda

Os dias de Carmona, capital do Uíge, de há 45 anos e depois da dramática primeira semana de Junho (de 1975), foram os de de início da formação da 1ª. Companhia de Forças Militares Mistas (as FMM), integrando elementos da FNLA e da UNITA. 
A formação, em todas as especialidades e ministrada por quadros do BCAV. 8423, não chegou a concluir-se. Não chegou a ser, pois, constituída a 1ª. Companhia das FMM. Já por si, em Carmona, sem elementos do MPLA.
O MPLA tinha sido derrotado nos sangrentos primeiros 6 dias uíjanos. «Como rescaldo, ainda mais ficou vincada a hegemonia da FNLA, pois tudo o que se possa considerar combatente ou simpatizante do MPLA foi expulso do distrito, nos melhores casos», reporta o livro «História da Unidade». 
A FNLA era a grande força combatente por terras dos Cavaleiros do Norte e, vencedora dos combates com o MPLA, mais do que nunca se arrogou a comportamentos hostis para com as NT, nomeadamente questionando a «protecção dada ao milhar de refugiados» do BC12. Protecção que considerou «discricionária e partidária». Disso resultou, como bem nos lembramos, «um período seriamente preocupante para o BCAV».
A ponderada e firme actuação do comandante Carlos Almeida e Brito, reflectida na acção operacional dos Cavaleiros do Norte, «acabou por colmatar as desinteligências existentes, novamente se reiniciando a calma no distrito».
Eugénio Silva
nos anos 70

Refugiados do Uíge 
para a capital Luanda!

Os refugiados dos trágicos incidentes da Carmona de há 45 anos, foram, muitos deles, evacuados principalmente para Luanda, uns por via terrestre, outros por via aérea.
O engº. Eugénio Silva, ao tempo jovem estudante e um desses refugiados, lembrou-nos em tempos que, precisamente no dia 25 de Junho de 1975, que «os meus pais e alguns irmãos, deixámos definitivamente Carmona, para nos fixarmos em Luanda!».
«A viagem foi por via aérea e alguns irmãos já tinham partido por via terrestre», frisou  ele, precisando, porém, que «se fugimos da instabilidade em Carmona, pareceu-nos ter saltado da frigideira para a brasa, porque, em Julho de 1975, em Luanda,é que foram elas!». 
«Deus foi grande e sobrevivemos!», concluiu Eugénio Silva, com quem tivemos o enorme prazer de, em Setembro e Outubro de 2019, por três vezes nos reencontrarmos em Luanda - onde vive, agora aposentado a Sonangol.
Grande abraço, grande Eugénio!


Alcino, 1º. cabo cozinheiro 
da CCS, faleceu há 26 anos !

O 1º. cabo Alcino Fernandes Pereira, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, a da vila do Quitexe, faleceu há 26 anos, no dia 25 de Junho de 1994.
Cozinheiro de especialidade miliar e trabalhando no refeitório dos praças do Quitexe (depois de Carmona) e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se na Benfeita, freguesia de Cortegaça, em Mortágua - onde nasceu a 5 de Julho de 1952. Mudou-se para Idanha, em Sintra, onde faleceu a poucos dias de completar 42 anos. 
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!! 

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