Um helicóptero na parada da BC12, com o edifício do comando ao fundo. Reconhecem-se o furriel
Viegas (à esquerda, de costas), o alferes Garcia (com um rádio na mão) e o furriel Machado (de mãos
nas ancas). Alguém identifica os restantes?
Os comandos militares de Carmona reuniram, a 23 de Julho de 1975, com os responsáveis da FNLA no Uíge e o comandante dos Cavaleiros do Norte terá sido tudo menos... simpático. Não era homem de vergar, ou de sustentar medos. A FNLA «impedira» a saída de um MVL para Luanda, a 21 de Julho de 1975 - o que já acontecia pela segunda vez, repetindo o dia 13 - e a situação motivou instintiva reacção de um grupo de furriéis milicianos (alguns dos que habitualmente faziam patrulhamentos na cidade e itinerários), junto do comandante Almeida e Brito, indagando da razões porque as NT não forçavam a passagem.
As razões foram fundamentadas e ficaram semeadas expectativas quando ao futuro próximo: tal não voltaria a acontecer. E não aconteceu.
O Diário de Lisboa de 23 de Julho de 1975 noticiava o cessar-fogo em Angola |
Cessar-fogo em Angola
anunciado em Luanda !
Era quarta-feira e a melhor notícia chegava de Luanda, onde, segundo o Diário de Lisboa, «desde as zero horas de hoje está em vigor um cessar fogo entre guerrilheiros do MPLA e os militares da FNLA». O acordo fora acertado na véspera, numa reunião da Comissão Nacional de Defesa, presidido pelo novo Alto Comissário - o general Silva Cardoso.
Nem tudo eram boas notícias: havia também a da explosão de uma bomba na redacção do «Jornal de Angola» (o até aí «A Província de Angola»). Com portas e janelas destruídas e elevados prejuízos, mas com apenas dois feridos: um polícia e um tipógrafo. A rotativa ficou «completamente destruída». O jornal era «afecto» à FNLA, pelo que não seria difícil «desconfiar» de quem terá partido a explosão da bomba.
Não havia notícias de confrontações armadas, mas os 600 homens da FNLA continuavam no Forte de S. Pedro da Barra - que no domingo anterior tinha sido «palco de intensa batalha».
Os comandantes Almeida e Brito, do BCAV. 8423, e José Manuel Cruz, da 2ª. CCAV. 8423 |
Forças Armadas
prontas a intervir
A FNLA voltou a acusar as Forças Armadas Portuguesas, que «ajudaram o MPLA nas confrontações com a FNLA» e, por este registo, se pode imaginar como o movimento de Holden Roberto olhava e desconfiava, e ameaçava, os Cavaleiros do Norte do comandante Almeida e Brito, as únicas NT no território uíjano - onde derrotaram e expulsaram o MPLA.
O Diário de Lisboa desse dia 23 de Julho de 1975 noticiava que «as Forças Armadas Portuguesas estão prontas a intervir para impedir o possível avanço das tropas da FNLA sobre Luanda, dominada pelo MPLA desde os violentos combates do princípio do mês» e um porta-voz militar português, citado pelo mesmo vespertino de Lisboa, dava conta que «se a FNLA marchar sobre Luanda, os combates poderão alastrar para as zonas centrais da capital, em vez de se confinarem aos seus subúrbios, com até agora».
João P. Silva |
Silva de Zalala, 68
anos em Vila Verde!
O soldado João Pereira da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 24 de Julho de 2020.
Atirador de Cavalaria de especialidade, foi Cavaleiro do Norte de Zalala, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, por lá conhecido como João Pereira,
Regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, fixando-se em Assento, lugar da freguesia de Lage, em Vila Verde. Esteve alguns anos emigrado em França e agora reside em Moure, também em Verde Verde.
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
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