CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 23 de julho de 2020

5 127 - Reunião com a FNLA, cessar-fogo em Angola e NT prontas a intervir!

Um helicóptero na parada da BC12, com o edifício do comando ao fundo.  Reconhecem-se o furriel
Viegas (à esquerda, de costas), o alferes Garcia (com um rádio na mão) e o furriel Machado (de mãos 
nas ancas). Alguém identifica os restantes?
O BC 12 em imagem aérea dos anos 70 do Século XX
e (ainda) da administração portuguesa 

Os comandos militares de Carmona reuniram, a 23 de Julho de 1975, com os responsáveis da FNLA no Uíge e o comandante dos Cavaleiros do Norte terá sido tudo menos... simpático. Não era homem de vergar, ou de sustentar medos. 
A FNLA «impedira» a saída de um MVL para Luanda, a 21 de Julho de 1975 - o que já acontecia pela segunda vez, repetindo o dia 13 - e a situação motivou instintiva reacção de um grupo de furriéis milicianos (alguns dos que habitualmente faziam patrulhamentos na cidade e itinerários), junto do comandante Almeida e Brito, indagando da razões porque as NT não forçavam a passagem.
As razões foram fundamentadas e ficaram semeadas expectativas quando ao futuro próximo: tal não voltaria a acontecer. E não aconteceu.
O Diário de Lisboa de 23 de Julho de
1975 noticiava o cessar-fogo em Angola

Cessar-fogo em Angola
anunciado em Luanda !


Era quarta-feira e a melhor notícia chegava de Luanda, onde, segundo o Diário de Lisboa,  «desde as zero horas de hoje está em vigor um cessar fogo entre guerrilheiros do MPLA e os militares da FNLA». O acordo fora acertado na véspera, numa reunião da Comissão Nacional de Defesa, presidido pelo novo Alto Comissário  - o general Silva Cardoso.
Nem tudo eram boas notícias: havia também a da explosão de uma bomba na redacção do «Jornal de Angola» (o até aí «A Província de Angola»). Com portas e janelas destruídas e elevados prejuízos, mas com apenas dois feridos: um polícia e um tipógrafo. A rotativa ficou «completamente destruída». O jornal era «afecto» à FNLA, pelo que não seria difícil «desconfiar» de quem terá partido a explosão da bomba.
Não havia notícias de confrontações armadas, mas os 600 homens da FNLA continuavam no Forte de S. Pedro da Barra - que no domingo anterior tinha sido «palco de intensa batalha»
Os comandantes Almeida e Brito, do BCAV.
8423, e José Manuel Cruz, da 2ª. CCAV. 8423

Forças Armadas
prontas a intervir 

A FNLA voltou a acusar as Forças Armadas Portuguesas, que «ajudaram o MPLA nas confrontações com a FNLA» e, por este registo, se pode imaginar como o movimento de Holden Roberto olhava e desconfiava, e ameaçava, os Cavaleiros do Norte do comandante Almeida e Brito, as únicas NT no território uíjano - onde derrotaram e expulsaram o MPLA.
O Diário de Lisboa desse dia 23 de Julho de 1975 noticiava que «as Forças Armadas Portuguesas estão prontas a intervir para impedir o possível avanço das tropas da FNLA sobre Luanda, dominada pelo MPLA desde os violentos combates do princípio do mês» e um porta-voz militar português, citado pelo mesmo vespertino de Lisboa, dava conta que «se a FNLA marchar sobre Luanda, os combates poderão alastrar para as zonas centrais da capital, em vez de se confinarem aos seus subúrbios, com até agora».
João P. Silva

Silva de Zalala, 68
anos em Vila Verde!

O soldado João Pereira da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 24 de Julho de 2020.
Atirador de Cavalaria de especialidade, foi Cavaleiro do Norte de Zalala, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, por lá conhecido como João Pereira,
Regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, fixando-se em Assento, lugar da freguesia de Lage, em Vila Verde. Esteve alguns anos emigrado em França e agora reside em Moure, também em Verde Verde.
Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns! 

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