A Estrada do Café, na saída de Carmona (agora cidade do Uíge) para Luanda, via Quitexe |
O dia 3 de Julho de 1974, há 45 anos, foi tempo de o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito visitar a 3ª. Companhia da Polícia de Segurança Pública de Angola (PSPA).
A unidade policial civil dependia operacionalmente do BCAV. 8423, com Comando aquartelado no Quitexe, «mercê de determinações superiores» e desde o princípio deste mês de Julho - assim como a 4ª. Companhia e a Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil do Território (OPVDCA) do Dange - e o comandante dos Cavaleiros do Norte visitou-a no âmbito do programa de «estabelecimento de contactos operacionais» entre as várias «forças militares em Subsector».
O furriel Viegas em frente à capela do Bairro Montanha Pinto, em Carmona |
Queixas e ataques da FNLA
aos Cavaleiros do Norte !
Um ano depois e um mês após os trágicos combates de Carmona, a cidade continuava em situação minimamente tranquila mas com «as preocupações vividas do antecedente», como sublinha o Livro da Unidade.
Os Cavaleiros do Norte patrulhavam a cidade e as vias de acesso, nalguns casos com as Forças Militares Mistas, mas alvo permanente da «crítica das populações brancas», que, e citamos o livro «História da Unidade, «se sentem marginalizadas e sem receberem quaisquer apoios ou segurança daqueles que ainda são, como afirmam, os lídimos representantes da autoridade portuguesa».
Os Cavaleiros do Norte operacionais, os que noite e dia, 24 horas sobre 24 horas, davam o corpo ao manifesto em favor da segurança da cidade, das populações e dos seus patrimónios, bem sentiram na pele - e na alma!!!! - o efeito dessas críticas e acusações e ofensas gratuitas..., de que foram alvo nesses tempos de incertezas que dominavam a vida uíjana. Tempos em que a pressão da FNLA era intensa e imoderada.
O «HdU» refere mesmo que as NT foram «perigosamente alvo das queixas e ataques da FNLA, nomeadamente reivindicando os desequilíbrios de outros locais». Tempos nada fáceis para para a guarnição.
D. Afonso Mvenda Zinga, Rei do Congo (foto da net) |
A pretensão do Kialenguela
bisneto do Rei do Congo
O dia 3 de Julho de 1974, uma quarta-feira, foi tempo para a Ngwizaco, um associação congolesa de expressão portuguesa, reivindicar a participação nas negociações com o Governo de Lisboa, no âmbito do processo de descolonização de Angola.
Miguel Kialenguela, um angolano negro que morava num dos bairros populares (de lata) da cidade de Luan-da, assinava a petição e identificava-se como bisneto do antigo Rei do Congo, D. Afonso Mvenda Zinga.
Segundo ele, e de acordo com o que o Diário de Lisboa de há 44 anos reportou, o território angolano era constituído pela fusão de três antigos reinos do Congo, Matamba e N´Gola - e que o antigo Reino do Congo foi dividido pela Conferência de Berlim, em 1885, e por Portugal, Bélgica e França.
A ser como defendia a tese de Miguel Kialenguela, tal implicaria alterações substanciais na geografia política do então Zaire e Congo Brazaville. Tanto quanto julgamos saber, a tese não passou de... tese.
João Gonçalves, o Cigano, ou Bigodes de Zalala |
Gonçalves, o Cigano, o
Bigodes de Zalala, 68 anos !
João Inácio Rodrigues Gonçalves foi soldado da 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Zalala, e festeja 68 anos a 5 de Julho de 2020.
Atirador de Cavalaria e por Angola popularizado como o Cigano, ou o Bigodes, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à Moita do Ribatejo, no distrito de Setúbal.
O furriel João Dias lembrou-nos, faz tempo, que morou no Carvalhido, daquela freguesia e concelho, e que, provavelmente, morará agora em Évora. Será? Alguém pode esclarecer esta dúvida? Onde parará o Bigodes?
Para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!
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