Os furriéis milicianos Cruz e Viegas na avenida do Quitexe. Atrás, o edifício que foi o bar dos praças e, na cobertura, o espaço donde funcionaram as aulas regimentais da CCS do BCAV. 8423 |
O livro de leitura das aulas regimentais |
O tempo de há 46 anos, pelas terras uíjanas por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8424, foi de início das aulas regimentais em todas as subunidades.
A CCS, na vila do Quitexe, teve como «senhores professores» os furriéis milicianos Cruz (o nosso «mais velho...»), Viegas e Neto e delas tiveram aproveitamento vários companheiros que precisavam da 4ª. classe (não a tinham) para se orientarem na vida civil, em
procura de empregos - a maioria
O António Cabrita, em 2015, ladeado pelos furriéis/professores Viegas e Neto |
Precisavam do diploma do ensino primário precisamente para o necessário exame de condução. Muitos lá a obtiveram.
Um dos alunos foi o inesquecível António Santana Cabrita, algarvio do Alvor que, por ambição maior (que viria a conseguir), tinha a carta de pescador e patrão de pesca. Ainda hoje, já aposentado, se dedica à pesca profissional de mar - mesmo depois de, por opção, ter vendido o seu barco próprio (o Dulce Marina), no qual passou anos de mar.
Valeu-lhe - ao Cabrita e a todos os formandos das aulas regimentais - o «canudo» tirado, que tanto os ajudou pela vida fora.
Valeu a pena!
Notícia do Diário de Lisboa de 12 de Julho de 1974 sobre os incidentes de Luanda |
Três mortos e um taxista
branco degolado em Luanda
O dia 11 de Julho de 1974 foi marcado pelos (primeiros?) incidentes de Luanda, provocados pelo aparecimento do cadáver de um taxista, no musseque Rangel. Um taxista branco e degolado!
Natural de de Bragança, chamava-se António Salgado e o corpo apresentava sinais de estrangulamento. Dentro do táxi, junto da cápsula de uma bala, estava a carteira e documentos.
A situação provocou uma onda de revolta e grande tensão e raivas, tiros e roubos e a expulsão dos comerciantes brancos. Os tumultos continuaram ao princípio da manhã e à entrada da avenida do Brasil, onde afluíam os negros do bairros e que trabalhavam na cidade e eram confrontados por grupos de brancos. Estes, mais tarde e com negros e mestiços, dirigiram-se ao Governo Geral, onde se manifestaram - sendo a manifestação dispersada pela polícia de choque, à vista do Governador Geral, o general Silvino Silvério Marques, que estava na varanda do palácio.Os incidentes provocaram três mortos (de africanos) e 27 feridos, 12 deles em estado grave. Ver AQUI.
Os furriéis Abrantes, Pires e Viegas no Talambanza |
Furriel Pires, sapador,
68 anos em Niza!
O inesquecível furriel miliciano Cândido Eduardo Lopes Pires, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 12 de Julho de 2020.
Sapador de especialidade militar, morava na Rua de Cabo Verde, no Montijo, e lá voltou a 8 de Setembro de 1975 - no final da comissão pelas uíjanas terras do Quitexe e de Carmona. Por lá fez vida e constituiu família mas desde há vários anos que reside na vila de Niza, onde foi funcionário camarário, agora já aposentado.
O nosso abraço de parabéns!
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