segunda-feira, 26 de outubro de 2020

5 226 - O desarmamento dos milícias ! Combates a evoluir para o lado do MPLA!

Grupo de regedores do norte de Angola (foto da net).  Regedor era o soba grande, o 
chefe dos sobas nas aldeias em Angola, nos tempos coloniais
 
Avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo. À direita,
o edifício da secretaria da CCS e Casa dos Furriéis.
Mais à frente, cor de rosa, a messe de oficiais


A 26 de Outubro de 1974, já lá vão 46 anos das nossas vidas e pelas bandas do Quitexe angolano, «foi realizada uma reunião com os regedores, aos quais foi feito ver a necessidade de entregarem o armamento das milícias». 
A operação de desarmamento tinha começado a 21 de Outubro e «não teve boa aceitação por parte dos povos, nomeadamente dos postos-sede», no Quitexe e Aldeia Viçosa. 
Os milícias apresentados, sabia-se, viviam «em contacto permanente, quase geral há largos anos» com o IN. E também se sabia que «salvo honrosas excepções, as milícias não tiveram actuações de vulto em defesa dos seus aldeamentos». Todavia, acrescenta-se no «HdU», «mesmo assim, argumentam os povos que esses núcleos armados são a melhor defesa às acções de depradação e exigência do IN».

Combates a evoluir
para o lado do MPLA

Um ano depois, já no 1975 de há 45 anos e em vésperas da independência, «os combates prosseguiam ininterruptamente», na zona de Sá da Bandeira e desde o dia 24, «sendo difícil avaliar as posições das forças em presença», como relatava o Diário de Lisboa desse dia. 
No centro norte, zona do Caxito, informava o jornal que «a situação evolui favoravelmente para as FAPLA» - o exército do MPLA.
O jornal dava igualmente conta que «os dois batalhões do Exército de Libertação de Portugal (ELP), juntamente com os mercenários sul-africanos e elementos da FNLA e da UNITA envolvidos nas frentes de Sá da Bandeira, são chefiados pelo «comandante» Roxo, que se distinguiu pelas atrocidades cometidas contra a população civil moçambicana durante a guerra colonial».
A independência de Angola estava a 16 dias!

Notícia do Diário de Lisboa de 26 de Outubro
de 1974, com declarações de Agostinho Neto,
presidente do MPLA: «Chegaremos a uma frente
comum para a independência de Angola»



Esforços para a unidade
e para a independência


O dia foi também tempo de, em Luanda e em entrevista ao jornal «O Comércio», o presidente Agostinho Neto (MPLA) dar conta de terem sido feitos «esforços para a unidade» e de acreditar que «chegaremos ao momento em que todos nos uniremos numa frente comum para a independência do nosso país, pois o nosso desejo é sempre o de colaborar com todas as forças patrióticas».
Agostinho Neto negou ter estado com Jonas Savimbi (presidente da UNITA), mas considerou que «estamos a estudar o problema da UNITA, pois existem graves acusações sobre o seu presidente, feitas até por militares». Mal se adivinharia o que se passaria um ano depois, em vésperas da independência.
Manuel Alcides Eira,
2º. sargento enfermeiro



Eira, 2º. sargento, 77
anos em Vila Real !

O 2º. sargento Eira chegou a Aldeia Viçosa e à 2ª. CCAV. 8423 em meados de Março de 1975, para a sua terceira comissão militar - a segunda em Angola.
Manuel Alcides da Costa Eira foi enfermeiro de especialidade e tinha cumprido a primeira comissão em Moçambique, como miliciano e entre 1966 e 1968, na zona de Niassa. Em 1971, partiu para a primeira comissão em Angola. A Angola voltou em 1975, para a 2ª. CCAV 8423, e, finda a jornada africana, prosseguiu carreira militar na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas. 
Agora aposentado e «achado» nas delícias dos prazeres caseiros, hoje festeja 77 anos em Vila Real. Parabéns!

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