quinta-feira, 5 de novembro de 2020

5 238 - Cavaleiros do BCAV. 8423 reforçados e Angola a 6 dias da independência!


Almeida e Brito
e José Manuel Cruz
Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, todos
milicianos. De pé, furriéis Melo, Matos e Soa-
  res com o alferes Carvalho.  Em baixo, os 
furriéis Abel Mourato e Rafael Ramalho 

 e o alferes João Machado 






Os Cavaleiros do Norte do Batalhão de Cavalaria 8423, comandados pelo tenente-coronel Almeida e Brito receberam, há 46 anos, por Novembro de 1974, dois reforços: o furriel miliciano Mário J. R. Soares e o soldado cozinheiro Carlos J. F. Gomes.
Mário Soares era atirador de Cavalaria e foi reforçar a guarnição de Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423. Carlos Gomes era cozinheiro e apresentou-se na CCS do Quitexe, substituindo Antero Baião que, por doença, regressou a Portugal e a sua terra de Mora.
Um ano depois MPLA anunciou, a 5 de Novembro de 1975, hoje se fazem 45 anos, que iria «declarar unilateralmente a independência de Angola às zero horas do dia 11, se até lá Portugal não alterar a 


A 1ª. página do Diário de Lisboa
de 5 de Novembro de 1975, com 
caixa alta» para a independência
de Angola, daí a 6 dias

sua posição face à FNLA e à UNITA»

Um problema africano,
exige uma solução africana

A notícia foi publicada na primeira página do Diário de Lisboa - e certamente em outros jornais, rádios e televisões, em serviço do Diário de Luanda e das agências Reuters, France Press e ANOP. Queria o movimento de Agostinho Neto ser reconhecido pelo Governo Português como «o único legítimo representante do povo angolano e transferindo para ele todos os poderes».
A independência estava a apenas 6 dias e «intensifica(va)m-se os movimentos com vista a encontrar uma plataforma de última da hora para o conflito angolano». Decorria a Conferência de Kampala (com MPLA, FNLA, UNITA e Portugal) e, em Mogadíscio, o presidente Siade Barre propôs uma outra cimeira: «Uma vez que a crise angolana é essencialmente um problema africano, exige uma solução africana».
A situação militar interna «sofreu algumas alterações nas últimas 24 horas». A mais importante, segundo o DL, «é o avanço das forças mercenárias invasoras do Exército regular sul-africano e do ELP, que entraram na província de Benguela, via Sá da Bandeira, através de Quilengues», com «grande resistência das forças populares». 
Os combates prosseguiram até ao rio Coporolo, a 100 quilómetros de Benguela, tendo os «invasores» 1500 homens, «apoiados por helicópteros estacionados em Sá da Bandeira». As chamadas forças invasoras incluíam, segundo o MPLA, «os lacaios da UPA/FNLA e da UNITA».
A parada do BC12, em 1975 e
com refugiados de Carmona 

Flagelações em Santa
Eulália e silêncio do Uíge

A Frente Norte continuava inalterável, «havendo a registar, no entanto, algumas acções de flagelação por parte do exército invasor, na região de Santa Eulália».
Do Uíge, de Carmona, do Quitexe, de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange (sem esquecer Santa Isabel, Zalala e Liberato), do Songo e do Negage é que nada se sabia. Apenas que era o «terreno» da FNLA.
Chãos por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, por 1974 e 1975!

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