sexta-feira, 6 de novembro de 2020

5 239 - Reunião no Comando de Sector do Uíge! O plano de descolonização de Angola...

Cavaleiros do Norte: 1º. cabo Victor Vicente (apontador
 de morteiros) e 
Eduardo Tomé (o Sintra, o Mercedes,
conduto
r), ambos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia 

Viçosa, e os 1ºs. cabos Victor Florindo Alfredo
Coelho (Buraquinho), ambos da CCS
Capitão José
Paulo Falcão


Os comandantes das sub-unidades do Comando de Sector do Uíge (CSU) reuniram no Quitexe, a 6 de Novembro de 1974. Há 46 anos!
O capitão José Paulo Falcão era, ao tempo, o comandante efectivo do Batalhão de Cavalaria 8423, substituindo o tenente-coronel Almeida e Brito, de férias em Portugal. 
O oficial-adjunto, que faleceu a 19 de Dezembro de 2019 (de doença e após vários anos de sofrimento), «desenvolveu intensa actividade», como se lê no livro «História da Unidade», nomeadamente no Comando do Sector do Uíge, mas também no BC12 e nas sub-unidades e com as autoridades civis.
O MPLA, em Lisboa e pelo seu lado, anunciava não aceitar o plano português de descolonização e Aristides Van-Dunen, do Comité Central, afirmava ao Diário de Lisboa, que «a primeira golpada que o imperialismo quer dar a Angola é a separação de Cabinda».
«Alguns acontecimentos registados em Luanda são da responsabilidade da reacção (...). Este problema de Cabinda serve os interesses do imperialismo e daqueles que o apoiam, como Mobutu. Mobutu permitiu a instalação da FLEC no Zaire, sabendo que a FLEC não representa, de modo nenhum, o povo angolano, nunca lutou pela sua libertação», disse Van-Dunen, acusando o presidente do Zaire de «permitir que a FLEC tenha um programa na Rádio Zaire» e de saber que «a FLEC não é reconhecida pela OUA».
O que foi o quartel de Vista Alegre, em
imagem de 4 de Setembro de 2019

Falta e unidade e
controlo de guerrilheiros

Outra questão levantada pelo dirigente do MPLA teve a ver com «a enorme propaganda» a Daniel Chipenda, da Revolta do Leste: «Não foi eleito, foi nomeado vice-presidente. Não foi possível a unidade», disse Van-Dunem, frisando que Chipenda «não controla guerrilheiros».
Já quanto às relações com Portugal? «Assinámos um acordo de tréguas, ainda não se trata de cessar fogo, mas apenas da oficialização das tréguas».
Sobre o plano de descolonização: «Esse plano não é aceite por nós. Só tivemos conhecimento dele através dos jornais e não a título oficial, pelo que nem sequer temos qualquer contra-proposta», disse Aristides Van-Dunem, concluindo: «Eu não creio que o MPLA apareça no governo de transição».
Quanto à UNITA, acusava-a de «conluio com as tropas colonialistas portuguesas» e denunciava «os partidos fantoches angolanos surgidos após o 25 de Abril». Finalmente e sobre a FNLA, admitia que «é possível uma certa conjugação». 
«Temos um ideário e a FNLA tem o seu. Defendemos uma frente comum para as negociações», disse Aristides Van-Dunen.
Victor Vicente

Vicente de Aldeia viçosa,
70 anos em Lisboa !

O 1º. cabo Victor Vicente, de Aldeia Viçosa, festeja 70 anos a 7 de Novembro de 2020, amanhã e em Lisboa.
Victor Manuel Nunes Vicente, de seu noe completo, foi apontador de morteiros da 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 - no final da sua jornada africana do Uíge angolano e à Vila Flamiano, na freguesia de Xabregas, em Lisboa. 
Reside agora na Rua Cesário Verde, também na capital portuguesa, e para lá - e para ele -  vai, bem forte, um abraço de parabéns pelo feliz dia dos seus 70 anos!

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