Notícia do Diário de Lisboa de 8 de Março de 1975 |
A iniciativa incluía-se no programa de acção psicológica desenvolvido pelo BCAV. 8423, desde Fevereiro, e em cuja rota por vezes se incluía o Cacuso e Salazar (agora N´Dalatando).
O dia foi também o da chegada a Lisboa de dois dos 12 jornalistas expulsos de Angola, por ordem da Comissão Nacional de Defesa, que era presidida pelo Alto Comissário Silva Cardoso.
Os jornalistas expulsos foram João Fernandes e Sousa Oliveira (ou Penteado dos Reis, não se sabia ao certo), respectivamente director e redactor da revista «Notícia», entretanto suspensa e que se editava em Luanda.
A Associação de Jornalistas de Angola (o sindicato local da classe), e os jornais «O Comércio» e «A Província de Angola« (ambos diários) discordaram da «deportação sem culpa formada».
Ao contrário, 47 jornalistas apoiavam a decisão, assim como a revista ABC, que denunciou «a posição reaccionária assumida pelo Sindicato dos Jornalistas». A Emissora Oficial de Angola também concordou com a decisão da Comissão Nacional de Defesa.
prisões do BCAV. 8423
A 8 de Março de 1974, um ano antes, o soldado António Joaquim Faria Bacelar de Brito, da 3ª. CCAV. 8423 «passa(ou) à situação de desertor».
Não sabemos o que se passou, entretanto, mas a verdade é que Bacelar de Brito embarcou para Angola a 5 de Junho de 1974 e de lá regressou a 11 de Setembro de 1975 - à Avenida 24 de Julho, no Pátio da Torrinha, em Lisboa.
O mesmo dia 8 de Março de 1974 foi tempo para a entrada na prisão do Campo Militar de dois soldados da 2ª. CCAV. 8423, para «cumprir 10 dias de prisão disciplinar agravada»: Carlos C. Dias (que não seguiu para Angola, não sabemos a razão) e António Martins Soares, atirador de Cavalaria (que seguiu).
Coelho e Borges, Cavaleiros do Norte de Zalala (em 2014) |
Cavaleiros do Norte
do BCAV. 8423
Os primeiros dias de Março de 1974 foram tempo de outras apresentações no Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423), de futuros Cavaleiros do Norte transferidos de várias unidades do país, «por terem sido nomeados para o ultramar», de várias especialidades e para as 4 companhias.
O futuro, ninguém o sabia, é evidente; mas trazia-lhes pela frente a jornada africana do Uíge angolano. Que iria durar 15 meses!
Cavaleiros de Zalala: Fião (em cima), Almeida e Tarciso |
CCS, a do
Celestino Eira |
- Victor Manuel da Cunha Vieira, 1º. cabo auxiliar de serviços religiosos (sacristão), ido do RI 6, em Évora. Natural e residente na Vidigueira., agora já aposentado.
1ª. CCAV. 8423, a
da Fazenda Zalala
Transferidos do BC 3, a 1 de Março:
- Mário Ventura Soares da Costa, soldado atirador de Cavalaria. De Vale de Figueira, S. João da Talha, Loures.
- José Borges Martins, soldado atirador de Cavalaria. De Braçais, freguesia de Arega, em Figueiró dos Vinhos.
- Celestino Baptista Marques da Eira, soldado atirador de Cavalaria. De Vila de Rei.
- Carlos Manuel Delgado Correia, soldado atirador. Residente na Vivenda Vinagre, freguesia de S. Salvador, em Santarém.
A 26 de Fevereiro, do RI 16 e todos
condutores:
- José Alves Rocha, natural de Vila Chã, em Arcozelo, Vila Nova de Gaia.
- Altino Gomes Fião, residente no Bairro de S. José, na freguesia e concelho de Ovar.
Também desta CCAV. 8423 (mas sem destino conhe-
cido, depois da comissão em Angola), também se apresentaram os condutores Tarciso Manuel da Costa Rebelo, Jaime Galvão Fernandes, António Martins Lopes, Joaquim Carlos da Costa Silva, Orlando Marques de Oliveira, José Fernandes dos Santos Romão e Mário Pereira de Almeida. Alguém sabe deles?
José Nunes, Cavaleiro de Aldeia Viçosa |
2ª. CVAV. 8423, a
de Aldeia Viçosa
- António Tenreiro Abrantes, natural de Vila Cortez da Serra, em Gouveia.
- José Manuel Vieira Rodrigues, de S. Marcos da Serra, em Portimão.
- Samuel Pereira de Oliveira, natural da freguesia de Gueifães, concelho da Maia.
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- Joaquim José Batanete Palma, natural da freguesia de Pardais, concelho de Vila Viçosa.
A Fazenda Santa Isabel, onde se aquartelou a 3ª. CCAV. 8423 |
Isabel, faria 69 anos!
O soldado Chambelo, condutor da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, faria 69 anos a 8 de Março de 2021. Faleceu em data anterior a 6 de Abril de 2015.
António Joaquim Pestana Chambelo, de seu nome completo, era ao tempo residente na Penha Longa, no Linhó, no concelho de Sintra, e lá regressou a 11 de Setembro de 1975, no final da comissão em Angola. Continuou a morar em Sintra, nas Escadinhas de Alba Longa, mas sabemos que já faleceu - em data desconhecida mas anterior a 6 de Abril de 2015. Isto porque, por edital da Câmars da Amadora, foi determinada a exumação do seu cadáver do cemitério municipal (em 2020).
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
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