quarta-feira, 7 de abril de 2021

5 392 - O adeus, por dias, às férias de Luanda, grupos armados e bacalhau no Vilela!

O furriel Viegas em frente à antiga Portugália, na baixa de Luanda, no dia 
9 de Setembro de 2019 - aquando da sua vage de memórias às terras
angolanas da nossa jornada africana do Uíge

Pelotão de Sapadores em «modo» futebolístico. De pé, Irineu
Sousa, Afonso Henriques, NN, Jerónimo de Sousa e Américo
Oliveira. Em baixo, António Amaral, António Calçada, 1º.
cabo Fernando Grácio, NN e José Coelho (que faleceu a
13/05/2007, de doença e em Penafiel).
Quem reconhece os NN´s?

A 7 de Março de 1975 e com viagem aérea marcada para Nova Lisboa (no dia seguinte) as «despedidas» de Luanda foram no popular Vilela, restaurante especializado em bacalhau, para as bandas do bairro da Cuca - que já conhecia das férias de Setembro e de alguns «desenfianços», do Quitexe à capital.
O tempo, depois de uma tarde de saboreio dos prazeres das praias da Ilha de Luanda, foi de confortar os estômagos, é verdade, mas também de lavar a alma de emoções, as que todos por lá íamos sentindo, baralhados com a dimensão e pujança da Angola que caminhava para a independência e as lutas fratricidas que dividiam os (seus) movimentos de libertação.
Não imaginávamos, mas o regresso à baixa e ao Katekero, foi «abrilhantada» pelo som (ainda assim distante) de fartos tiroteios e rebentamentos - que mais tarde viemos a saber terem sido contra delegações partidárias e até contra um avião Boeing 707 da South Africa Airways (SAA) - que, por isso, deixou de voar para Luanda.
O avião aterrou normalmente, apesar de tudo, depois de sobrevoar o Bairro Popular, mesmo ao lado do aeroporto, e tinha 287 passageiros a bordo. Fazia a viagem Joanesburgo-Londres, com escalas em Salisbúria e Luanda.
Albano Resende (civil), Viegas (furriel
miliciano) e Domingues (capitão da ZMN)

Grupos armados e Luanda
e bacalhau no Vilela!

O Toyota do Albano Resende voou pela cidade fora, passando por um grupo armado (da FNLA, do MPLA?) no bairro de S. Paulo e dele se alheando, quando nos fez sinal para pararmos. 
Não parámos! 
Ainda nos refrescámos na esplanada da Biker, já sem som de disparos a atroar na noite, já sem o suor dos medos que sempre levedam nestes momentos, e fomos para o Katekero, no Largo Serpa Pinto - de onde acabámos por subir ao Danúbio Azul, ali bem perto, para repousar os olhos nas raparigas que por ali desnudavam os corpos e nos «davam» as atenções que procurávamos para divertir a noite. 
Novidade do dia era, afinal, não ter sido assinado o acordo preliminar sobre a banca, por a FNLA, à última hora, ter apresentado uma proposta alternativa. Da véspera, dia 6 de Abril de 1975, havia notícia, do Diário de Lisboa, de «novos incidentes, embora pouco numerosos, pelo que é ainda de tensão o ambiente da capital».
Era segunda-feira e véspera de eu e o Cruz continuarmos a digressão turística pela imensa Angola. De férias, num território a caminho da independência mas em... guerra!
A 3ª. CCAV. 8423

Santos de Santa Isabel, 69
anos no Laranjeiro de Almada!

O soldado Carlos Alberto de Jesus Fernandes dos Santos, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 7 de Abril de 2021.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, jornadeou pela Fazenda Santa Isabel e depois pelo Quitexe e por Carmona. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e fixou-se em Fernão Ferro, da freguesia e município do Seixal, do outro lado lisboeta do Tejo.
Sabemos que, actualmente, mora na Rua do Eucalipto, no Laranjeiro, município de Almada, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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